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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O MILAGRE DA LUZ



Na última semana estava assistindo um programa na PBS (Public broadcast service), sobre o Chanukkah. Esse feriado ocorre agora em dezembro próximo do Natal. Chanukkah significa dedicação ou consagração. O feriado comemora o milagre do óleo nas lâmpadas do templo de Jerusalém por ocasião da sua rededicação no segundo século antes de Cristo (AC).

Os Judeus tinham acabado de vencer os Selêucidas na revolução dos Macabeus. E ao Antíoco IV Epifânio sair com suas tropas de Jerusalém, a cidade não possuía muitos recursos naturais. Quase tudo fora usado ou destruído na guerra ou tocado pelos invasores, o que tornava impuro para uso no santuário. Visto que o candelabro dentro do lugar santo do santuário não poderia se apagar, somente um milagre poderia deixá-la acessa.

De acordo com o Talmude Babilônico (shabbat 21) um pouco de óleo, não contaminado, fora achado e colocado na Menorah (o candelabro). Óleo que de acordo com a tradição duraria aproximadamente um dia. Porém um milagre ocorreu e a Menorah ficou iluminada por oito dias. Por isso eles celebram durante oito dias. De acordo com os judeus entrevistados no programa da PBS esta é a festa mais celebrada pelos judeus. Mais que o Yom Kippur (dia da Expiação) ou a Pesha.

Um rabino ao refletir sobre a festa disse no programa que o milagre do óleo não é tão importante quanto a existência da nação de Israel. Nas ruínas do templo em Jerusalém ele disse que enquanto muitas nações apareceram e desapareceram Israel continua por 3500 anos. “Israel é a luz milagrosa de Deus.” É isso que os evangélicos dispensacionalistas americanos acreditam. O interessante é que o canal público dá espaço para esse tipo de interpretação e não para a visão adventista.

É verdade que a sobrevivência Israel é um milagre. Mas a festa que mostra sua sobrevivência não tem nada haver com Antíoco, nem a Manorah. Mas com o Pesha e o Yom Kippur. O povo de Deus só existe por causa do Natal e não por causa do Chanukkah. A profecia de Daniel 9 mostra que foi o nascimento e morte do Messias que fez com que a aliança eterna entre Deus e Seu povo se cumprisse. Foi no período da semana da Páscoa que Cristo morreu.

Foi com o nascimento e morte de Jesus Cristo que Israel recebeu vida.

A Bíblia ensina que a luz no santuário continua acessa. Jesus e Seu Espírito brilham no santuário celestial fazendo expiação pelos homens. E por ocasião do término da purificação do santuário predita por Daniel 8:14 Jesus virá a terra outra vez. Então sim, 8 dias de festa serão celebrados por Israel. É a festa dos tabernáculos, onde viajaremos até a Jerusalém celestial que brilhará para sempre sem Menorah pois o Cordeiro Pascal será sua luz. Essa é a comunicação divina do Menorah.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Presentes na árvore

Árvores e presentes fazem parte do imaginário simbolismo do Natal. Nas lojas, na TV, nas casas, a decoração do Natal inclui várias coisas, mas esses dois sempre são os mais visíveis. Mas qual a relação entre árvore, presente e o nascimento de Jesus? Pois o Natal é a comemoração do nascimento de Jesus. É o aniversário de Deus.

E por falar em aniversário, você já percebeu que tem gente que entra em festa de aniversário sem conhecer o convidado? Passam maior vergonha, não trazem presente e ficam desconfortáveis. Vem só para comer. Infelizmente, muita gente comemora o aniversário de Jesus dessa forma, como se fosse um intruso. Não conhecem o aniversariante e aparecem só para festejar.

Para que você não seja um intruso na festa do Natal, vale à pena parar um pouco e refletir sobre o aniversariante e a relação entre o Natal, árvores e presentes. Para conhecer o aniversariante do dia a Bíblia é a melhor fonte de informação. O interessante é que poucos param para ler a Bíblia e por isso, não conhecem o aniversariante do dia 25 de dezembro.

Infelizmente, muita gente comemora o aniversário de Jesus dessa forma, como se fosse um intruso.

O livro de São Mateus registra:

Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo.

Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente.

Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.

Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. (ARA 1:18-21)

Jesus nasceu para salvar o mundo dos pecados. Sem pecados não haveria nascimento de Jesus e nem Natal. A Bíblia conta que o pecado surgiu com Adão e Eva. Eles foram criados por Deus. Mas ao desobedecerem ao seu Criador eles morreram. A carta de I João capítulo 3 e verso 4 diz que o pecado é a transgressão da lei. Desobediência a Deus gera morte.

Porém, “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu único filho para que todo aquele que nele crê não morra mas viva eternamente”. Foi por isso que Jesus nasceu, por que Deus amou o mundo que tanto o odeia. Deus amou os filhos desobedientes e rebeldes tomando sobre Si a culpa dos seus pecados. Deus morreu para nos dá vida.

É aqui que entra a árvore e o presente no Natal. Jesus entregou Sua vida numa árvore. Foi numa cruz, num madeiro que o Filho do Deus eterno deu a vida por causa de sua culpa, por causa de minha culpa. Não num pinheiro cheio de luzes coloridas, mas numa rude cruz brilhou o Sol da Justiça. Ao sofrer a morte dos pecadores, Deus deu o maior presente já oferecido em qualquer Natal.

O presente na árvore do Natal não é um carro, uma casa nem uma camiseta tão desejada. O presente da árvore de Natal é Jesus. Aqui está a ironia de história. O aniversário é de Cristo. O Natal celebra Seu nascimento. Porém, quem recebe o presente somos nós. Vida eterna é oferecida a todos aqueles que creem. Você crer?

Mas ainda há espaço para presentes na árvore de Natal. Paulo refletindo sobre o significado do Natal, disse “crucificado estou com Cristo, agora já não sou eu quem vivo mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:20). O maior presente que Jesus pode receber nesse Natal é nossa vida. A vida que Deus deseja, uma vida em conformidade com a Sua Palavra. Quando entregamos nossa vida a Jesus temos uma vida nova. Morremos para o pecado e nascemos de novo. Esse é o presente de Natal que podemos dar a Jesus.

Bem diferente do que a televisão e as lojas nos fazem acreditar, Natal é sobre isso tudo que a Bíblia apresenta: pecado, perdão, Jesus e salvação. Não tem nada haver com consumismo, peru ou neve. Agora tudo faz sentido, árvore, presente, Natal e Jesus.

sábado, 28 de novembro de 2009

em recesso

Entrei de recesso (de ações de graças) e tirei folga da net também. Porém essa semana volto com as atividades e novas idéias sobre comunicação divina...espero vc

domingo, 15 de novembro de 2009

Monólogos religiosos II

Ainda sobre o monólogo, escrevo agora para o indivíduo e não para um grupo. No texto anterior argumentei sobre o resultado do monólogo religioso em nível macro. Agora quero refletir sobre o seu impacto no nível mais pessoal. Qual o resultado do monólogo religioso entre Deus e eu?

Religião é um relacionamento entre a divindade e seres humanos. Mas assim como muitos relacionamentos hoje, esse também pode ser defeituoso. E uma das razões é o monólogo. Assim como no casamento a falta de comunicação/interação entre o casal pode trazer prejuízos, assim também a interação entre Deus e o homem depende de um diálogo.

A Bíblia apresenta que esse relacionamento entre Deus e o homem é possível. Ela ensina que essa comunicação é essencial para o desenvolvimento saudável do ser humano. Primeiramente Deus fala com o ser humano de “diversas maneiras” (Hebreus 1:1) e espera uma resposta, como em todo diálogo. Essa resposta vem através da oração, que é uma interação com o divino. Nesse aspecto muitos cristãos têm falhado pois tem esquecido que cristianismo é uma comunicação.

Quando esquecemos um das vias de interação o que era deveria ser diálogo se torna em monólogo. E os resultados de um monólogo religioso são funestos. Quando apenas só Deus fala e o homem não responde adequadamente, esse ciclo é quebrado. E o mesmo ocorre quando a comunicação divina é esquecida. Pois como podemos responder corretamente algo que não sabemos do que se trata?

Cristianismo que enfatizam a resposta humana sem a revelação divina, estão no perigo se relacionarem com outra entidade espiritual ao invés do Deus da Bíblia. E cristãos que só recebem revelações divinas e não respondem corretamente serão em breve rejeitados. Assim como numa conversa que um não dá atenção para o que o outro fala. Seu término é uma questão de tempo.

Portanto, se você deseja desenvolver um relacionamento saudável com Deus, receba a comunicação divina e interaja adequadamente a ela. Essa semana refletirei como fazer isso.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Monólogos religiosos

Esse assunto de monólogos e diálogos tem mexido comigo. Principalmente o monólogo religioso. Se ditaduras políticas usaram o monopólio da comunicação, o que aconteceria com o Cristianismo se usasse o mesmo recurso de “persuasão”?

No livro A cruz de Hitler, de Erwin Lutzer, o autor sugere como seria esse Cristianismo. Hitler usava forte recursos visuais, discursos longos e enérgicos que cativavam a multidão. Alguns historiadores registram que após o discurso Hitler desmaiava de exaustão como um médium. Suásticas e outros símbolos nazistas foram espalhados em toda Alemanha não dando espaço para nenhuma outra opção. Rádios, jornais, todos os meios de comunicação foram monopolizados. Apenas o partido nazista e sua filosofia era comunicada.

Se beneficiando do estado emocional frágil dos Alemães, pós I Guerra, Hitler apela para o emocional prometendo riquezas e segurança em detrimento da liberdade. As igrejas cristãs que adotassem a suástica e o estilo de vida nazista poderia continuar, porém quem não concordasse com o misticismo religioso nazista seria aniquilado. E foi isso o que ocorreu, minorias religiosas que mantiveram suas consciências firmes foram levados para o campo de concentração: testemunhas de Jeová, Judeus, Adventistas do Sétimo Dia, ciganos e outros.

Os cristãos que não foram perseguidos, aceitaram a filosofia de vida nazista. Eles não viram conflito entre a Bíblia e Hitlerismo. Porém o contraste é gigantesco. O que fez com que esses cristãos adotassem a suástica em suas igrejas? Muitas coisas é verdade. Mas gostaria de sugerir uma importante: religiosidade puramente emotiva como resultado de um monólogo religioso. Os cristão aceitaram facilmente a suástica pois cegados pela tragédia que viviam não distiguiram o certo do errado. Alem do mais, Hitler usava passagens bíblicas em seus discursos, o que tem de errado em aceitar aquele que poder nos tirar do buraco econômico social?

Religiosidade emotiva, não conversaram e analisaram as implicações de tal união entre a igreja e o estado. O que aconteceu? Está tudo nos livros de história para qualquer um ler. Ou nas igrejas que apelam para a emoção. Cristãos que colocaram (ou colocam) a prosperidade física superior a espiritual, e que se deixam levar por um discurso visual e belo. Ao invés de conversarem com Deus através da Bíblia e oração. Mas o que era belo se tornou num demônio. Por isso, cuidado.

domingo, 8 de novembro de 2009

Vamos conversar!?

Recentemente a autora do blogueiros cubanos foram perseguidos por suas atitudes de liberdade: publicar textos na internet sobre a vida do cubano em Havana. Tenho escrito no comunicação divina que comunicação é essencial para o ser humano. Pois é através da interação que crescemos, e fomos criados para crescer. Mas sem comunicação o homem morre.

Morre porque comunicação é compartilhar vida. O uso da força, porém, talha a criatividade humana. Comunicação requer liberdade e quando forçamos alguém a receber e agir sem sua vontade a resposta não é espontânea. Isso gera uma comunicação defeituosa. Pois a informação de tal comunicação artificial não gera vida, mas o oposto. Ao aniquilar a criatividade de resposta espontânea, a liberdade humana também é anulada. Sem liberdade o ser é apenas um objeto refletor.

Ao invés então de crescer e se moldar pelo processo de compartilhamento de vida, uma comunicação artificial forçada gera robôs. Muitos governos tentaram essa forma de vida. Usaram a comunicação artificial do monólogo. Removeram a criatividade e capacidade de resposta dos outros. Exemplos são fartos nos livros de história, Catolicismo da Idade Média, Feudalismo, Nazismo, Facismo, Socialismo, são alguns que geraram sociedades por tais métodos de comunicação.

As características de tais sociedades são perceptíveis. Líderes opressores, ausência de criatividade e liberdade de comunicação. Um pensamento autoritário dita a visão de mundo, seja ela certa ou errada. Nesse modelo social apenas um grupo diz o que é lei e obrigatório para todos e a verdade se torna relativa a uma casta. No passado pessoas sofreram pela falta de compreensão e tolerância de uma minoria autoritária que se achava no direito de dominar a comunicação de todos.

Apesar do registro histórico, ainda hoje grupos tentam monopolizar a comunicação e impor à força suas idéias. Alguns não usam a força física, mas intelectualmente anulam a participação e liberdade dos outros. Cientistas tentam forçar a crença na evolução. Igrejas usam a emotividade para deturpar o raciocínio lógico dos crentes. Ambos apelam para o emocional com seus argumentos dogmáticos sobre a realidade ao invés de dialogar. Sugiro que monólogo não é uma boa opção comunicativa.

Isso aprendi em Isaías 1:19: “vinde e conversemos, diz o Senhor...” Ao invés de impor nossa idéia e estilo de vida sobre os outros, que tal um diálogo?!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Impacto

Comunicar é compartilhar vida. É transmitir quem eu sou para o outro. Através do compartilhamento de informações eu recebo não só a mensagem mas, o mensageiro. No texto monólogos e diálogos argumentei que comunicação só é efetiva quando existe a participação interativa de pelo menos dois seres.

Comunicação são sentimentos e idéias compartilhadas com outros. Essa interação modifica ambos os seres para sempre. Como duas cabeças que se chocam num jogo de futebol. O impacto de tão ação afetará os dois. Comunicação é impacto mental e niguém sairá ileso desse confronto.

A partir do momento que me comunico, compartilho meu caráter, minhas emoções e visão de mundo com os outros. Visto que a realidade é complexa, a multiplicidade de visões pode contribuir para uma melhor construção da realidade. A partir dessa interação os homens conseguem compreender melhor a realidade que o cerca. Ou o oposto pode ocorrer. Se recebo uma mentira e internalizo-a, isso afetará minha compreensão das coisas.

Comunicação é impacto mental. E ninguém sairá ileso desse confronto.

É por isso que comunicação é essencial para a vida. O homem é um ser sociável. E para sobreviver no mundo ele precisa de companhia e interação. Algo importante para se entender é que não interagimos inteligentemente com seres inanimados. Não que não haja comunicação e influência na interação de seres vivos com objetos. Essa influência é maior que muitos realizam. Porém comunicação eficaz só é realizada mediante duas vidas.

Quando leio um texto então, não interagimos com as palavras somente, mas principalmente com seu autor. Não podemos conversar com letras num papel. Interagimos com seres inteligentes. A interação ocorre com o autor do texto, com seus sentimentos, idéias e visão de mundo que agora estão sendo incorporados por você. E cada pessoa possui uma visão de mundo. Uns acreditam em Deus, outras negam Sua existência. Essas crenças afetarão sua comunicação.

Devo sempre lembrar que toda vez que me comunico, seja via mídia primária (corpo a corpo), secundária (revista, livro), ou terciária (internet, televisão), existe alguém compartilhando sua visão de mundo comigo. E o resultado é que serei moldado por esse impacto. Me pergunto, qual modificado sairei após esse confronto de idéias?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Monólogos e diálogos

No texto como nos comunicamos, refleti sobre princípios de Comunicação apresentado por Baitello. Continuo a desenvolver algumas idéias a partir daquele texto. Baitello propôs que comunicação é a interação dos seres vivos. Ela é essencial para sua sobrevivência. O motivo de ser essencial, explicarei posteriormente ainda essa semana.

Apesar dessa definição de comunicação – interação de seres – poucos refletem sobre suas implicações. Ao interagir, um informa o outro. E para essa informação ser recebida, o receptor precisa estar sucetível/aberto para recebê-la. E então a partir da compreensão de tal mensagem responder adequadamente. Isso é um diálogo.

Por exemplo, enquanto escrevo minha amorável esposa conversa comigo. Porém minha mente não está aberta no momento para me comunicar com ela. Minha mente está aberta recebendo outra informação e portanto, interagindo com outro ser/emissor. Quando ela pede uma resposta e não dou, ela fica chateada. Claro, não houve comunicação entre nós. Foi um monólogo.

A diferença entre monólogos e diálogos é o resultado. Como uma piada que ninguém ri, e outra que dão gargalhada. A resposta é fundamental para a interação. Quando não internalizamos a informação, ela não nos influencia. Sem resposta podemos dizer que a comunicação não foi efetiva. Ou por parte de quem falou ou de quem deveria receber. No caso acima, a culpa foi minha, admito.

Lembremos que comunicação é uma mão dupla. Não monopolizemos a conversa. O resultado do monólogo é que não há interação de seres. E sem interação não há criatividade e comunicação. Você já percebeu que a televisão é um monólogo?! E muitas vezes a internet também?! O resultado é um bloqueio a criatividade humana, a resposta inteligente. Apenas recebemos, e como não precisamos responder consequentemente não refletimos sobre a informação captada.

Mentes passivas é a criação, ou melhor, descriação do ser humano que nasceu para ser criativo. Por isso, não seja passivo, interaja com esse texto e comente agora o que você achou dele.

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sábado, 31 de outubro de 2009

Outono: alegria na morte

As folhas caem e meu queixo também. Minha surpresa é a reação das pessoas no outono. Inclusive a minha. Alegria, fotografias, êxtase em meio à bela paisagem colorida. A beleza é a cor diferenciada, a alegria está relacionada com a novidade da imagem que as árvores criam.

Mas por que as folhas estão caindo? Porque o clima está mudando. É um sinal que o frio está vindo ou já chegou. À medida que o clima esfria, as árvores vão fechando a transmissão de energia para as folhas. Semelhante ao nosso sistema circulatório, as árvores possuem um sistema que leva a seiva (semelhante a nossa glicose) para toda a árvore.

O que acontece na árvore com o frio é que a produção de energia produzida nas folhas pára de ocorrer. O frio faz com que as folhas percam sua utilidade em produzir energia através da fotossíntese. A cor amarelada ou avermelhada é o resultado da falta de fotossíntese. Trocando em miúdos, outono e frio traz a morte das folhas, pois sua utilidade foi eliminada.

Então a alegria do outono e das cores é uma celebração da morte



Então a alegria do outono e das cores é uma celebração da morte, das folhas caindo, secando e deixando a árvore nua e seca. Quando as pessoas se alegram na morte da folha, essa alegria é passageira, pois elas não gostam do produto final, da conseqüência do outono. Apesar de não apreciarem as árvores secas, sem folhas, frias e sem sentimento, continuam a vida normalmente como se nada estivesse acontecendo. Mas mesmo que eles rejeitem, a morte chegará à porta de todas as casas, trazidas pelo vento do tempo.

E quando ela chega ninguém aprecia. Enquanto as folhas secas estão nas portas dos outros, a minha vida parece não ser afetada. Assistimos a morte e sofrimento de pessoas em filmes, novelas e tele-jornais sem mais nos comover. Mas não gostamos de pensar no sofrimento, nudez e morte em nossa casa. Rimos e batemos fotos das folhas mortas no jardim dos outros, mas não gostamos da sujeira que o outono pode causar em nosso quintal.

As folhas de outono evidenciam que o frio virá, apesar do meu gosto, como brasileiro, ser o verão, e não o inverno de Michigan. E o frio traz morte. Climas frios produzem sociedades mais depressivas e não sociáveis. Mas o outono não é o fim. A morte das folhas é uma proteção das árvores contra o inverno. Quando o calor do sol aparecer novamente, elas reaparecerão trazendo vida à paisagem. É a vida após a morte, a primavera da vida. Isso me lembra um grupo de pessoas que se alegram na morte de Alguém...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O que está por trás

Quando escrevi o texto Mundo Normal (ver abaixo), pensei em alertar sobre a realidade da violência nas escola públicas. Mas não só isso, alertar a causa de tão circunstância. Circunstância essa que não tem melhorado, pois o caso da aluna expulsa da Uniban (ver link abaixo) mostra que a imoralidade e violência continuam presente em nossa sociedade.

Qual a causa? Alguns acham que é a falta de introspecção. Falta de meditação transcendental. Interessante que agora trazem o transcendente para solucionar o problema quando foi o abandono deste que gerou o caos que estamos vivenciando. Mas esse transcendente é de um caráter diferente.

O projeto é uma parceria entre a fundação do cineasta hollywoodiano David Lynch e da Secretaria estadual de Educação do Rio de Janeiro. A mesma que criou o debate do criacionismo. Esse que não foi aceito e gerou muita polêmica. Pois transcendente não se mistura com ciência. Como então agora o “transcendente” é trazido como método pedagógico de concentração?

A razão está na filosofia por trás disso tudo. A meditação transcendental é muito praticada no oriente e faz parte de religiões como hinduísmo e budismo. O objetivo da meditação é esquecer o mundo material e centralizar os pensamentos no eu (veja declaração de Cissa Guimarães em reportagem do G1- link abaixo). Egocentrismo e banimento da realidade material são fundamentais em tais religiões que acreditam na imortalidade da alma e na atemporalidade do transcendente.

Para Buda assim como Platão, o mundo ideal é atemporal e não histórico. O que é isso, a nossa realidade material é ruim e dentro de nós há uma alma imortal que faz parte desse outro mundo transcendente dos deuses. Claro que a ciência hoje não acredita em deuses, mas aceitam muito bem o conceito.

Por isso que focalizando no eu atemporal, e esquecendo da minha realidade histórica-material, o homem material supera suas deficiências temporais. Fraquezas como esquecimento, violência e falta de concentração. Isso soa muito bonito e com esse ponto em comum, a imortalidade da alma, vários “cristãos”, ateus, cientistas, pedagogos tem aceitado essa filosofia de vida.

Mas qual a comunicação divina nisso tudo. A Bíblia responde: nenhuma. Para o Deus bíblico-cristão não existe almas imortais dentro de nosso corpo mortal. Essa dicotomia é errônea. E qual o padrão para tal asserção, o relato da criação do homem em Gênesis 2. Mas claro, para a Secretaria de Educação do Rio e para os famosos esse tipo de transcendente não está na moda. E aí cada um escolhe seu transcendente. O que não entendo é porque então não deixaram os cristãos escolher nas escolas do Rio o transcendente da Criação da Bíblia? Terá isso uma razão transcendental? Acho que sim e a Bíblia também. Por enquanto acho que devo meditar nisso.

Veja o projeto: http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1360041-5606,00-RIO+QUER+LEVAR+MEDITACAO+A+MIL+ALUNOS+DA+REDE+PUBLICA+EM.html

Caso Uniban e aluna com roupa curta: http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1360027-5605,00-UNIVERSIDADE+TENTA+APAGAR+VIDEO+SOBRE+ALUNA+COM+ROUPA+CURTA.html

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Como nos comunicamos

Tenho lido alguns textos sobre comunicação do Norval Baitello Junior. Ele é professor de comunicação da Pontifícia Universidade Católica em São Paulo. No texto a média antes das máquinas ele traz reflexões interessantes sobre a estrutura da comunicação.

Para Baitello, o homem é um ser comunicativo. Ele necessita se comunicar. Isso ocorre através da interação com o ambiente. Esse relacionamento possibilita a troca de informações objetivas e subjetivas com os demais seres. Relacionamento é fundamental para a sobrevivência dos seres.

Essa interação ocorre em três esferas, de acordo com Baitello. A primeira esfera comunicativa é através do uso de mídias primárias. Mídia é todo meio/objeto usado para transmitir informações. E o primeiro meio que usamos para interagir com o ambiente é o nosso corpo. Através dele nos expressamos, pela dança, pelos gestos, pelas “carretas”.


“Impensável qualquer interação de um indivíduo com outros indivíduos sem o corpo e suas muitas e múltiplas linguagens”.


O segundo meio (mídia) é extra corpóreo. Talvez pela inquietude humana em se limitar ao tempo e espaço, o homem usa sua criatividade para extrapolar seus limites. Ele elabora máscaras para acentuar suas expressões faciais, a escrita para registrar sua fala. Ele cria outro meio para de alguma forma deixar sua marca por mais tempo. E não precisa mais está presente para comunicar seus desejos.

A mídia terciária é a complexificação das anteriores. Extrapolando o limite do corpo e do tempo, essa comunicação requer um meio para transmitir e outro meio para receber. Como uma televisão. Um aparelho capta a imagem e transmite, mas outro aparelho tem que receber e ser ligado para comunicar a imagem.

Esses conceitos básicos sobre comunicação são importantes e guiará alguns textos que escreverei sobre comunicação divina. Basta aqui dizer, que assim como a palavra escrita superou o tempo e o espaço do homem que as escreveu, vencendo até morte ao comunicar a vida do autor após seu desaparecimento, Deus é comparado com a Palavra no Evangelho de João. Quais as implicações? Concordando com Baitello, comunicação é essencial para a sobrevivência. Assim tais implicações podem ser eternas.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

até agora. . .

Até agora foram só textos antigos. Reflexões sobre o cotidiano e a influência da sociedade da tecnologia nos nossos hábitos. A partir de amanhã, começo a escrever textos novos, fresquinhos. Sobre comunicação e nossa vida. Não perderá a característica de reflexão, mas acho que terá uma nova cara... aguarde, acesse e comente...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

??.com

A internet pode ser o que você quiser. Bem pós-moderno. Cada um determina a sua realidade. Nos blogs é postado informações que vão de receita de bolo a jornalismo investigativo. No orkut as comunidades crescem a cada dia. São milhares. Centenas de mundos dentro de um único mundo, o da internet.

E a realidade criada por Yoñlu foi a da morte. No dia 26 de julho de 2006 ele enganou seus pais. Pois o mundo virtual não acaba com o certo e o errado. Possivelmente viciado em internet, Vinícius, seu nome real, escutava rock, lia Kafka, e era alienado do relacionamento fraternal. Tinha problemas de relacionamento. Era tratada por psiquiatras, por ser declarado superdotado.

Naquela quarta feira disse que faria um churrasco com amigos pois estava atraído por uma amiga. Mas o churrasco seria ele mesmo. Morreu asfixiado com o carvão queimando no banheiro. E o mais horrível da história. Falava o que iria acontecer na internet, e era até auxiliado a preparar o local da morte. Na net estava ainda todo o seu histórico real. Vinícios era Yoñlu. Tinha um blog que contava suas angústias e prazeres. Sua realidade era virtual e sua vida também.

De acordo com a revista Época de fevereiro, somente em 2005, quase cem pessoas suicidaram-se no Japão estimuladas pela internet. São jovens como Megan Meier que se suicidou após ter sido maltratada verbalmente por um personagem fictício da internet. Fico imaginando que tipo de pessoas a sociedade .com está criando.

Essa realidade criada por Vinícius mostra que mesmo com tanta informação, a internet não propicia felicidade. Mesmo com tanta tecnologia, o homem ainda está infeliz. Pois os Yoñlu da vida esquecem que a vida não está na virtualidade dos amigos de chat. Mas na confissão de um filho problemático a um pai compreensivo.

Mas os pais estão muito ocupados e estressados com o trabalho. Com a Tv. Não tem tempo para conversas. Nem saber como está seus filhos. Os pais.com dão mais atenção as noticias.com que aos filhos. Criam seus próprios mundo .com. E a cada mundo ponto com criado, o mundo real vai se distanciando. Tão perto mais tão longe. Tantos amigos adicionados no msn, mas nenhum com que contar para chorar no ombro, ou jogar bola.


E Deus. Esse sim é mais esquecido ainda. Se nem o pai e mãe que está morando no mesmo teto está sendo considerado... Imagine o Deus do céu. Invisível. Mas o caos da sociedade.com começou com o abandono desse último. Se a civilização continuasse a considerar os conselhos divinos, o mundo.com seria outro.

A Bíblia já ensinava que os pais deveriam gastar tempo com os filhos. Que o homem deveria descansar de seu trabalho no sábado. Lembrar que o Criador do universo está acessível a uma simples oração. E que Ele se preocupa tanto com o homem e suas angústias que veio ao mundo para morrer em lugar do pecador. Ela já ensinava que a maldade deste mundo é resultado do pecado e de Satanás. E que um dia Deus irá acabar com tudo isso e restaurar todas as coisas. Mas a Bíblia tem sido substituída pela criação humana. Desde os tempo modernos com o humanismo e racionalismo. E o resultado é morte.com.

Se somente Vinícius tivesse escolhido um Jesus.com, uma Bíblia.com. Como a história seria diferente. Lembre-se que por mais determinador que você seja de sua realidade virtual, ela não muda uma coisa. A realidade do amor de Jesus por você e da angústia humana sem a presença de Deus. Cabe a você determinar qual .com será a sua página.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

MUNDO NORMAL *

NOTA DE ESCLARECIMENTO: Escrevi esse artigo para a ABJ notícias no ano passado no período da páscoa.

Gostaria de falar da paz, fraternidade, companheirismo. Todos através do sofrimento de um homem, não de uma menina. Aliás, foi a semana comemorativa da morte de Jesus. Mas em meio a barbárie como a de Grazi e as gangues escolares, tive que mudar de idéia. Pois acho que seria loucura falar de alguém que amou. Amor é coisa do passado. E acho que cristianismo também.

Era uma manhã normal de segunda, na escola estadual Guiomar Rocha Rinaldi, da zona oeste de São Paulo. Mais uma briga de alunos, como sempre ocorria. Mas agora entre meninas. Garotas de 16 anos. Uma era a turma da beleza, a outra a turminha “feia”. Os apelidos eram Fiona (namorada do Shrek), Tiffany (namorada do Chucky) e por aí vai.

Tatiene, apelidade de Tiffany, do quarteto da beleza, teve sua mãe educadamente chamada de vagabunda. Palavra comum dos pancadões funks da região. Silvana, a autora da frase, havia perdido sua mãe de câncer no Paraná e morava com sua irmã e namorado. Além disso, era mal-tratada na escola com apelidos pejorativos. Após os tapas e arranhões costumeiros, Silvana fura a mão de Tatiane com um compasso. Irada, ela pega um pedaço de beliche que estava na rua, e começa a espancar sua colega de sala. “Fui arrepiando o pau nela”, pau que quebrou várias vezes nesse processo.

Dias depois, sem perdão, coisa de cristão, Silvana traz em sua garrafa de água R$0,80 de gasolina. Após trocas de olhares inflamados dentro da sala, a tocha acende em Grazielli. Pais separados, tornada loira desde 3 anos pela mãe cabeleireira, tinha sua beleza como alto padrão. E agora para proteger o nome do quarteto da beleza compra à briga de sua amiga Tatiane.

“Bate na cara dela, bate na cara da vagabunda, não vai arregar pra ela, Grazi.” Era a motivação dos adolescentes que colocavam lenha na fogueira. Após a briga fora da escola, Silvana joga a gasolina em Grazi e ateia com um isqueiro. Tatiane está na Febem feminina e Grazi sofre na UTI do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Os diretores se eximiram da responsabilidade pois, o acidente foi fora da escola. A mãe de Rosa, a última do quarteto fantástico, avaliando o caso disse: “Se essa menina (Silvana) tem problemas, deviam ter chamado os parentes dela; não tem que ficar num colégio onde só tem criança normal.” Crianças normais! Um caramba! Se isso é normal, eu estou louco.

Eu que pensava que o normal era ter na escola um ambiente de integração social, de aulas amistosas, de companherismo. Onde a beleza exterior não importasse tanto. Alunos e professores motivando e ajudando-se dentro e fora de sala de aula. Mas acho que tudo isso é uma loucura.

Ter um linguajar, puro, adequado, decente, é fora de moda. Acho que é loucura pensar em assistência psicológica para adolescentes que perderam a mãe e saíram de casa. É estranho falar de família com pai, mãe e filhos. Agora é pai, pai, ou mãe, mãe e talvez um filho, de outro. É “filosófico”, “utópico” acreditar que um compasso deve ser usado para estudar matemática, e construir um mundo melhor.

Que um pedaço de madeira deve ser usado para construir camas para desabrigados, e a gasolina deve ser usado em carros. É loucura. O normal e ver tocha humana, arrepiar o pau nela...E isso não acontece apenas em periferias. Na Universidade de Bloemfontein na África do Sul brancos urinam em prato de comida de negros. E a definição para essa normalidade é trote fora do controle.

Se continuar do jeito que tá, onde a violento Bope é usado como exemplo empresarial, o linguajar funk é comprimento educado, onde professores e pais não se envolvem com seus meninos, vou ter que me internar num hospício para cristão. Pois lembrei das palavras de Paulo, que dizia que a mensagem da Bíblia era loucura para os que não aceitam. Mas acho que eu que estou ficando louco.

“Pois a mensagem da cruz é loucura” I Coríntios 1:18

*Nomes foram mudados, menos o da Grazielli

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

“Como vai você?”

Estava caminhando e pensando na vida, coisa rara hoje em dia, quando o diretor da universidade que estudei me perguntou: "Como vai você?" Assim como foi rápida sua pergunta foi também seu passo. Ele passou tão rápido que nem deu tempo de eu responder. Isso é tão comum, mas tão drástico. Muitos vivem ocupados demais para escutar a resposta dessa pergunta tão frequentemente perguntada. Talvez a pergunta mais feita todos os dias. E possivelmente a menos respondida.

Entramos no século XXI com mais tempo livre e ao mesmo tempo mais ocupados. Esse é apenas um dos paradoxos da nossa sociedade confusa. Contrastes como, a comunicação via internet. Nunca se teve tantos amigos, a lista do orkut é de 500, 700, mil “amigos”. E paralelamente a solidão é maior, comparado com anos atrás. Os depressivos e suicidas enchem os consultórios de psicologia e igrejas. Todos atrás de remédios rápidos para suas crises existenciais. Pois à medida que o tempo de trabalho diminuiu com a tecnologia a distância para com os outros aumentou.

Lembrei que no ano passado a população parisiense saiu às ruas para protestar contra o aumento da jornada de trabalho. Eles queriam um pouco mais de tempo “livre”. Queriam viver mais. O governo não aceitou o protesto e manteve o aumento. Enquanto que na França a média era de 35 horas semanais, no Brasil a jornada média de trabalho é de 44 horas. Mas é de se questionar o que eles fariam com esse tempo livre?

Será que eles passariam mais tempo com a família? Ou se divertindo com os amigos? Acho que não. Na época das fábricas da revolução industrial, o trabalho ocupava cerca de quinze horas do dia. Hoje tem gente que trabalha sem sair de casa. As pessoas hoje dão mais valor as embalagens que ao conteúdo. As lan houses e academias enchem enquanto os centros de ensino e confraternização se esvaziam. É melhor investir em relacionamentos virtuais que reais.

Não condeno o meu diretor, mas sua atitude me fez refletir. Será que ele teria tempo para escutar meus problemas? Ou será que temos tempo de responder um simples “como vai você?” Acho que não. Mas se não temos por que perguntamos? Fazemos porque é educado. É reação convencionada, rápida e sem reflexão. E a resposta? “Tudo bem.” Todo mundo responde assim. Só para não deixar em branco. Isso revela quais relacionamentos estamos criando.

Um simples “como vai você?” diz muita coisa. Mostra que tipo de vida uma pessoa leva. Se pararmos para responder e valorizar as pessoas, teríamos uma sociedade bem diferente. Realmente, o poeta estava certo. “Não deixe tanta vida pra depois, eu só preciso saber, como vai você”.

sábado, 10 de outubro de 2009

Luz demais

Uma reportagem da National Geographic me fez refletir sobre o excesso de luminosidade e seus efeitos na vida do homem. Tudo começa com o conceito da luz e das trevas. No passado várias comunidades as consideravam sinônimas do bem e do mal, da vida e da morte. Isso porque durante o dia há claridade, visibilidade, e o homem e os animais realizam a maioria das suas atividades. Durante a noite é o contrário. As pessoas não conseguem ver completamente, as coisas ficam cobertas, e elas dormem. Desta última característica é óbvio o relacionamento com a morte. A inatividade, o descanso, é o oposto da vida e das realizações. Inclusive em muitas línguas antigas a palavra para morte e sono é a mesma.

Como o homem não está acostumado com a morte, com o tempo ele foi tentando vencer esse inimigo. Como a treva estava intimamente associada à morte, o homem começou a procurar meios de acabar com o escuro. A Bíblia, porém, diz que a luz deve reger o dia e as trevas a noite. Mas o homem insatisfeito com sua situação, quis acabar com a noite. O fogo, o sol e a luz se tornam símbolos em muitas culturas e religiões. Mas esses ainda eram meios limitados, não alcançavam todo o tempo e todo o mundo ao mesmo tempo. Mas a eletricidade e a lâmpada mudaram essa história.

As cidades começaram a ficar cada vez mais iluminadas. Ninguém precisava mais ficar no escuro, nem ler um livro na dificuldade de uma mísera vela. Luzes cada vez mais potentes foram inventadas e colocadas em todos os objetos e lugares possíveis. Na rua, dentro de casa, na câmera digital, no carro, no celular...Quanto maior a cidade e mais “desenvolvida” e rica, mais luminosa será. Veja São Paulo e Paris via satélite a noite! Quem já sobrevoou ou viu na internet sabe o que estou falando. Uma massa luminosa enorme desafia as trevas e a noite.

Hoje as pessoas não precisam e não vivem mais no escuro. Parece que o desejo de viver para sempre, inato no homem, sobrepujou a morte. Mas o que vem ocorrendo é justamente o contrário. Pesquisadores da Califórnia andam estudando o efeito desse excesso de luminosidade sobre a natureza e o que eles têm descoberto pode ser uma surpresa para muitos.

Nós precisamos do escuro. A luz na noite tem modificado as plantas e os hábitos de muitos animais, que tem morrido com essas modificações. E o homem também tem sofrido com isso. Como?! É fácil entender. A noite foi feita para dormir, uma prova disso é que se o homem não descansar 7 a 9 horas por dia, com o tempo ele entra em colapso e doenças surgirão como stress, insônia, que causarão muitos outros problemas mortais.

E o que tem acontecido é que com o excesso de luminosidade, a sociedade tem ficado cada vez mais vidrada na luz da TV, da internet, luzes artificiais. Artificial é também o tempo de sono que eles têm ao trocar a noite pelo dia, pois o organismo não produz o hormônio do descanso na presença da luz durante o dia. Isso tem provocado uma geração impaciente, intolerante, estressada. Ao contrário do esperado, ao lutar contra a morte a o escuro iluminando tudo com o progresso científico, o homem não conseguiu vencer seu inimigo, mas foi vencido por ele. Só quem venceu a morte, foi Jesus, pelo menos é o que diz a Bíblia. E parece que ela está certa mais uma vez.

Em construção

Estou construíndo meu blog. E por enquanto, esse enquanto é o tempo que tenho disponível, vou colocar textos que já havia publicado no Unasp. Em breve atualizações.