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sábado, 13 de julho de 2013

Quem são os “príncipes” do reino da Pérsia e Grécia, e o que está acontecendo em Dan 10?


Em Daniel 10:13,20,21 há a referência  de príncipes (Heb.sar – palavra de influência Persa). Como o vocábulo é comum para referir a um líder, que tipo de líderes são esses? O contexto mostra que esses “príncipes” da Pérsia estão lutando contra Miguel o príncipe de Deus. Então temos um ser celestial nessa luta.

Em Daniel 9 “o homem Gabriel” (Heb. haish) conforta o profeta e lhe dá entendimento sobre a visão do capítulo 8. Em Dan 10:1 o ambiente é o mesmo, uma visão acerca de um grande conflito, o profeta fica perplexo e Deus dá entendimento a Daniel. Então podemos inferir que Gabriel é o mesmo ser que aparece em Dan 10 cumprindo a mesma missão.

O primeiro ser é um “homem” (Heb.ish – v.5) com aparência celestial como o ser em Ezequiel 1 e Apocalipse 1, que é Jesus Cristo. A mesma reação ocorre com todos os três profetas perante tal ser – como uma teofania (manifestação divina) eles prostram como mortos (Dan 10:9,17; Ez 1:28 e Apoc 1:17; ver também Isa 6). O segundo ser em Daniel 10 vem para encorajar Daniel e fortalece-lo, como Gabriel o fez no episódio anterior (Dan 9:21-23; 10:11,12). Note que Gabriel é um ser distinto de Miguel que é referido por ele como um poderoso príncipe.


No texto de Dan 10 a ênfase está em Miguel. Há um contraste entre a interjeição hineh (Eis) Miguel e hineh (Eis) o príncipe da Grécia (v.20). A mensagem do anjo é que apesar da inimizade desses príncipes da Pérsia e Grécia (que viriam), Miguel “seu príncipe” defenderá Seu povo assim como Ele defendeu o próprio Gabriel (v.21). Mas então, quem são os príncipes da Persia e Grécia? (próximos texto)

sábado, 6 de julho de 2013

A que(m) se refere a “desolação” em Daniel 8:13, 9:27, 11:31 e 12:11?


Primeiramente é importante notar que a expressão “desolação” (Heb. shomem) está no particípio o que funciona como um substantivo. Ele é qualificado nesses textos por “destestável” (Heb. shiqutz - 9:27, 11:31 and 12:11) e “transgressão” (Heb. pesha’ - 8:14). Portanto, o que é certo no próprio livro de Daniel é que shomem é algo negativo para Deus e Seu povo. E está relacionado com quebra dos mandamentos divinos.

No Antigo Testamento shiqutz (destestável) ocorre mais vezes nas acusações proféticas contra idolatria. Fora dos profetas a reação divina é a mesma contra idólos (Deut 29:16, I Rs 11:5,7, II Rs 23:13, II Cr 15:8) ou tudo que involve um estilo de vida pagão (II Rs 23:24). Estilo de vida idólatra inclui principalmente imoralidade sexual (Jer 13:27, Ez 20:30). Em Ezequiel é prometido durante o cativeiro Babilônico que Deus purificará (Heb. taher) tais impurezas de Israel ao traze-los de volta para Jerusalem (37:23).

Daniel se enquadra bem nesse contexto de idolatria, impureza e purificação do povo de Deus. De acordo com essa visão haverá(ria) um poder na história que, semelhante aos povos inimigos de Israel antigo, traria abominações através de sua religião pagã e estilo de vida contrário aos mandamentos divinos para dentro de Israel.

Jesus em Sua mensagem profética no monte das Oliveiras (no vale de Josafá – vale do juízo em Joel) refere-se a tal poder vindo sobre Jerusalém nos dias dos discípulos num futuro próximo de Sua morte (Mat 24:15). Esse poder trouxe a destruição de Jerusalém e do templo no ano 70AD. Com Tito os Romanos extinguiram a rebelião dos Judeus que centralizaram sua influencia politico-religiosa no Templo. Portanto, Jesus sugere que os Romanos cumpriram o papel do poder abominável.

Certamente os Romanos era pagãos idólatras, e seus estandartes militar representavam deuses, e eles perseguiram o povo de Deus (Judeus e Cristãos). Mas a dimensão da visão de Daniel 8 vai além do tempo de Cristo no I AD. E o mais importante em Daniel 8 é que o ataque desse poder atingiria o santuário de Deus nos céus. O Novo Testamento ensina que após a cruz o centro de atividade liturgica e salvífica divina ocorre(ria) no santuário celestial (ver principalmente Hebreus e Apocalipse). Portanto Roma no tempo de Cristo cumpre apenas parte da inimizade descrita pelo chifre em Daniel 8.

Em Daniel 7 e Apocalipse 12, 13 e 17 tais profecias mostram que haveria um poder que sairia de Roma e teria características religiosas em semelhança e oposição ao culto divino verdadeiro. Esse poder é até representado por uma mulher que é o símbolo do povo de Deus (Apoc 12 e 17). Mas não uma mulher pura, mas uma prostitua impura cheia de abominações relacionada a idolatria e imoralidade sexual. E finalmente, esse poder continuaria após o império romano até a purificação divina ou juízo final. Tais características só se encaixam com uma instituição na história. Roma que se diz Cristã mas na verdade está cheia de impurezas e transgressões aos mandamentos divinos. (ver http://rodrigogaliza.blogspot.co.il/2013/01/atacando-o-santuario-e-os-santos-parte-2.html)