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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Povo Novo

Como vimos no texto anterior, enquanto muitos cristãos focalizam sua atenção em simpatias místicas, o ano novo divino centraliza seu ritual na remoção de pecados por meio do Cordeiro de Deus. O rito da expiação do santuário, da limpeza da casa de Deus, é uma promessa que todas as impurezas do ano serão removidas pelo poder de Deus, que toma sobre Si os nossos pecados. Jesus nos garante uma vida nova no ano novo.

Mas Satanás tem desviado a atenção das pessoas dessa grande notícia do ano novo divino. O que veremos com mais detalhes agora é como os rituais divinos foram modificados transformado a identidade do cristianismo.

Em Daniel 7:25 e 8:11 nos é informado que o poder Satânico mudou os tempos, as leis e os rituais do santuário divino. Em lugar do sábado da criação, é introduzido o domingo como dia do sol e ressurreição; em lugar de celebrar o ano novo da maneira divina lembrando do santuário celestial, Satanás desvia a atenção para a terra e seus rituais cheios de luzes e muito barulho; em lugar do pôr-do-sol, o ano novo é contado a partir do sistema capitalista de meia-noite.

Assim, com a perda do rito o seu símbolo também é esquecido. A promessa da destruição do pecado e da purificação desse mundo é negligenciada. Porém, em meados de 1830, um homem chamado Guilherme Miller, um batista do estado de Massachusetts (EUA), começa a estudar a Bíblia com bastante cuidado. Ao se deparar com a passagem de Daniel 8:14 ele fica intrigado. Sem entender do que se tratava a purificação do santuário ele começa a estudar os rituais divinos.

Ao finalizar seu estudo, ele conclui que Jesus voltaria por volta de 1843, e o mundo como conhecemos acabaria. Como ele chegou a essa conclusão? Primeiro ele acreditava na literalidade e historicidade da Bíblia. Ao ler Daniel 8, em conexão com Daniel 7, a sequência de tempo foi estabelecida. Desde Daniel e Babilônia, Deus descreve os impérios de maior influencia até o estabelecimento do Reino de Deus.

Assim como Daniel 2 e 7, os reinos descritos em Daniel 8 são descritos de forma simbólica e seu tempo fora interpretado por Miller como simbólico. Considerando as passagens de Num.14:24 e Ez.4:6, ele viu que em profecia um dia significava um ano literal. Os chifres e bestas simbolizavam poderes políticos que deveriam ir até o fim dos tempos. E o chifre pequeno reinaria até a purificação do santuário.

Integrando Daniel 2,7,8 e 9, os cálculos de Miller acerca da purificação do santuário chega ao ano de 1843/44. Era comum naquela época e ainda hoje, interpretar o santuário purificado como a destruição do planeta terra. Mas não é bem assim. Lembremos que Satanás usou o poder romano para mudar as mensagens divinas. E o santuário foi uma delas. Dan.8:11 e IITs. 2:4 afirmam que o chifre atacaria o santuário e seus rituais mundanizando, ou seja, transferindo do céu para terra.

Mas Miller não entendera essa parte, e as implicações de sua interpretação eram imensas. Em meados de 1831 ele começa a pregar e divulgar suas conclusões. Cristo estava voltando em alguns anos e isso muda toda a maneira de viver. O juízo final está para acontecer. Ao ouvir as mensagens de Miller milhares de pessoas começam a estudar a Bíblia e chegar a mesma conclusão. Os números eram precisos, suas interpretações também. Começando com o decreto de Artarxerxes no ano 457 AC, passando pela morte de Jesus no ano 31 AD, o final das 2300 tardes e manhãs terminaria em 1843/44 ano da purificação do santuário.

Pessoas largam seus empregos para dedicar suas vidas a proclamação dessa mensagem tão importante. Tudo mudaria em alguns anos, os sofrimentos e morte cessariam. O pecado seria destruído e Deus reinaria para sempre. Era a virada de ano divino. E assim como no antigo Israel, Deus purificaria a terra por ocasião do dia da expiação.

Apocalipse 10 descreve essa movimento que toma conta do planeta em alguns meses. Sua mensagem a princípio era doce. O estudo do livrinho aberto por Jesus, o estudo das profecias de Daniel, restaurou o simbolismo do ano novo divino. Infelizmente, porém, os primeiros adventistas não entenderam tudo corretamente e ao continuar interpretando o santuário como sendo a terra eles tiveram uma amarga decepção.

O grande desapontamento no entanto, foi uma oportunidade para Deus purificar ainda mais o mundo das influências Satânicas. Após a grande decepção em 22 de outubro de 1844, um punhado de adventistas resolvem voltar ao estudo da Bíblia e orar buscando de Deus a resposta para o desapontamento. Deus não os desaponta. Em algumas semanas, eles descobrem verdades que mudariam a história.

Os cálculos de Miller estavam corretos, o erro porém era sobre a identidade do santuário. Ao estudarem passagens como Heb.4:14,15; 8:1,2 e Ap.11:19 eles descobriram que no céu, e não na terra, iniciou a purificação do santuário. Isso significava que logo depois da purificação do santuário celestial, Jesus voltaria a terra para depositar os pecados no bode Satanás que será destruído com todos aqueles que não confessaram seus pecados a Jesus.

A verdade sobre a mediação e o perdão unicamente em Jesus Cristo é restaurada. O símbolo do ano novo divino é colocado novamente em seu devido lugar. Um novo grupo surge em decorrência dessa descoberta. Os Adventistas do Sétimo Dia surgem como o remanescente profético restaurando as verdades escondidas pelo cristianismo apóstata.

Ap.14 mostra o contraste entre os que entendem o ano novo divino, o dia do juízo, e os que não entendem. Os que seguem Babilônia e depositam sua confiança em ritos místicos serão destruídos. Porém, os que depositam sua fé na Palavra de Deus e no Cordeiro de Deus serão salvos do mundo de pecado.

Comunicação divina hoje: Deus ainda hoje está presente no dia a dia do Seu povo. Se fizermos parte da igreja verdadeira teremos um senso de impureza e impureza. Nossas roupas, gestos, palavra e o que comemos ou deixamos de comer será modificado a luz da Revelação bíblica. E sobre isso refletiremos mais amanhã.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ano novo divino

É ano novo e o que percebo é que o Cristianismo tem esquecido o significado do tempo. Muito se fala em vestir branco, não andar para trás, colocar moeda debaixo do tapete, pular 7 ondas e outras coisas bizarras que não encontram respaldos na Bíblia. Acredita-se que esses rituais irão mudar a vida dos que praticarem tais atos. Enquanto isso a Bíblia ensina algo bem diferente.

Ao Israel sair do Egito, Deus ensina ao Seu povo que o tempo deveria ser contado em relação ao santuário. Haviam 7 grandes festas em Israel. Páscoa, Pães asmos, Primícias, Pentecostes, Trombetas, Expiação e Tabernáculos. As duas últimas festas eram relacionadas ao ritual de passagem de um ano para outro. É importante lembrar que a contagem de dias e meses não era como o nosso atualmente. Mesmo celebrado no sétimo mês, o rito da expiação comemorava a passagem do povo de Israel de um ano para o outro.

Isso porque durante o período de um ano, os Israelitas poderiam pedir perdão de pecados através de uma oferta. O livro de Levíticos mostra que as impurezas de todo Israel era depositada no santuário. Mas no último dia, o dia da expiação, a limpeza ocorria não só no arraial como no santuário.

O rito ocorria por causa das impurezas em Israel. Deus é puro e santo e o povo deveria também ser puro e santo (Ex.19:6 e Lev. 19:2). Como Deus habitava no meio do povo (Ex.25:8), as doenças, impurezas físicas, e pecados contaminavam Sua casa. Mas essa contaminação era benéfica, pois tinha o objetivo de purificar, de remover a maldade do povo (Lev.5:18). Assim como um hospital está cheio de doenças, mas continua sendo o local de cura, o santuário de Deus era uma esponja que sugava as impurezas do Israelitas arrependidos.

O esquema funciona em duas etapas. Todos os dias as ofertas e sacrifícios ensinavam o Israelita que o pecado traz morte. E mediante o arrependimento e confissão, o pecado era transferido para o santuário, através da oferta. A habitação de Deus era sujada por todo um ano e no último dia do ano ritual, ele era limpo. Era o dia da expiação, da remoção do pecado.

A casa de Deus funcionava como um depósito de pecados, por mais estranho que isso pareça. Is.53 afirma que Deus se tornou pecado para nos dá a paz. Essa é a loucura do evangelho que nos ensina o ritual de ano novo divino.

O texto de Lev.23 explica que durante o ritual todo Israelita deveria jejuar, vestir roupas simples e afligir suas almas, ou seja, examinar sua consciência e arrepender dos pecados. Confiantes nos méritos do sacrifício e da mediação do sacerdote, o Israelita deveria esperar ao final do dia uma vida renovada. Seus pecados haviam sido removidos e sua culpa também.

Esse ritual de ano novo era um memorial a fim de que os homens lembrassem de sua condição de pecado e do perdão que há em Jesus. Porém, Satanás destrói a continuidade pedagógica desse rito introduzindo coisas estranhas como vemos hoje relacionado ao ano novo. Daniel 7:25 e 8:11 mostram que o inimigo não tem interesse algum no ritual do ano novo divino.

O Cristianismo perde a noção de tempo com o chifre pequeno e assim, esquece do ritual do ano novo. O dia do perdão é substituido por Satanás e a igreja apóstata. Por centenas de anos, as pessoas não tiveram a chance de comemorar uma vida nova, e por isso, depositaram suas esperanças em rituais que não possuem poder de mudança para o bem. Porém, o mundo não poderia ficar assim e Deus promete a restauração da comemoração do ano novo.

No céu, Jesus oferece Sua vida como garantia de uma nova vida (Heb.4 e 8). Em 1844, Jesus iniciou uma nova fase da história. Com Guilherme Miller e o movimento adventista Deus iniciou a restauração da verdade destruída por Satanás. A promessa de uma vida nova, um ano novo é restaurada. A promessa é para todos os que creem em Jesus. Nos próximos textos sobre o ano novo reflito sobre as implicações do ano novo divino.

A comunicação divina para esse ano novo é: Deus, como no passado, deseja oferecer uma nova vida, um novo ano. Jesus, o Cordeiro e Sumo sacerdote nos oferece uma nova vida mediante Seu sacrifício e vida.

sábado, 7 de agosto de 2010

REVELAÇÃO em Ellen G. White e na teologia Emergente

Introdução

A Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) tem como base de todas as suas crenças e práticas as Sagradas Escrituras.[1] E por essa razão, a compreensão do tema da Revelação e temas relacionados, tais como Inspiração, é de grande importância, visto seu efeito sobre as demais áreas da teologia como o Adventismo compreende.[2] Mas o fato é que dentro do Adventismo não há uniformidade acerca do assunto.[3]

Entre as muitas opiniões, a organização da IASD tem uma posição clara sobre Revelação, como encontrado no Nisto Cremos, no Manual da Igreja e no Handbook of Adventist Theology. Ela considera as Escrituras como a “escrita Palavra de Deus, dada por divina inspiração através de homens santos de Deus que falaram e escreveram ao serem movidos pelo Espírito Santo. Nesta Palavra, Deus confia à humanidade o conhecimento necessário para a salvação. As Santas Escrituras são a revelação infalível de Sua vontade. Elas são o padrão de caráter, o teste da experiência, a autoritária reveladora de doutrinas, e o confiável registro das ações de Deus na história.”[4]

Durante sua história, o Adventismo do Sétimo Dia tem enfrentado muitos desafios acerca da compreensão que a Igreja possui sobre a maneira que Deus se revela com a humanidade.[5] A nova onda é o movimento Emergente. Sua influência traz “novos” desafios ao Adventismo e a sua compreensão sobre a doutrina da Revelação e Salvação. Ciente do perigo de algumas crenças Emergentes, algumas respostas foram produzidas por líderes Adventistas.[6] Todas essas respostas são geralizadas em sua argumentação e não endereçam especificamente o tema da Revelação e sua influência sobre a soteriologia Adventista.

O objetivo desse pequeno artigo é comparar brevemente os conceitos de Revelação e Salvação em Ellen G. White (EGW) com a Igreja Emergente (IE). Há várias razões pelas quais eu escolhi EGW como base de contraste com os Emergentes. Eu destaco primeiramente que ela é considerada uma profeta e portanto, uma voz autoritária no Adventismo; segundo, EGW está imersa no tema da Revelação por ser ela mesma uma profeta que recebeu revelações do Senhor; terceiro, ela tem uma mensagem clara sobre o assunto; e por último, ela está fora do debate hoje entre os simpatizantes e críticos da IE, podendo assim ter uma “neutralidade” sobre o assunto.

Abaixo contrasto as interpretações acerca do ensino bíblico da Revelação e dois temas relacionados, Deus e Salvação. A seleção desses dois temas não é aleatória mas lógica, visto que há uma conexão intrínseca entre Revelação, Deus e Salvação. Definindo Revelação como: comunicação de Deus com o intuito de descrevê-lO, e produzir uma resposta positiva de Sua criação, salvação é a resposta interativa humana para com a Revelação divina. E como veremos, tanto EGW e a IE fazem fortes relações entre esses três temas teológicos.

Ellen G. White Revelação

A autora EGW escreveu extensivamente. Portanto, por clareza e objetividade de argumento, nesse artigo selecionei uma porção dos escritos de EGW onde ela trata especificamente dos temas acima mencionados. Selecionei o volume 8 dos Testemunhos para as Igrejas [7], p.256-335, porque nessa porção de seus escritos achei a apresentação mais clara e extensa sobre Revelação e os perigos relacionados com falsos ensinos acerca de Deus. Esse é o ponto principal que causa tensão entre os simpatizantes e os inimigos da visão Emergente entre o Adventismo.

O Testemunho foi publicado em meados da virada do século, pelo ano 1904, “para enfrentar uma crise – a maior crise que a Igreja Adventista do Sétimo Dia já enfrentou” (p.5). A crise envolvia diferentes a compreensões acerca da divindade, Revelação e consequentemente, soteriologias moldadas no formato dessas diferentes visões sobre Deus. Portanto, ela abalou “o próprio fundamento da fé Adventista do Sétimo Dia.” (p.5)

O tema central do argumento de EGW, em sua resposta às idéias panteístas de Kellogg, é como Deus interage com a criação. Para ela, Deus é um ser pessoal (não uma energia), que administra a criação e reina sobre ela (p.263). A criação do ser humano à imagem de Deus é uma evidencia que o Criador interage com a criação em uma forma pessoal (p.263). Antes do pecado, a natureza claramente refletia a Deus, mas após, a luz do conhecimento de Deus é “deturpada” e o homem não pode mais compreender a divindade perfeitamente (p.256).

Agora, no período do pecado, Deus revela a Si mesmo novamente de forma clara através das Escrituras e, especialmente, por meio da encarnação de Seu Filho (p.257,265). É na luz da glória do conhecimento de Deus na face de Jesus Cristo que a correta compreensão do caráter de Deus é discernido. Isso porque Cristo Jesus é o único caminho de comunicação entre Deus e o homem (p,265). EGW contrasta esse interpretação da Revelação com aquela que ver a natureza como suficiente para revelar o caráter de Deus e que habilita a humanidade alcançar o Criador por si mesmo (p.267-285). “A razão deve reconhecer a autoridade acima dela mesma.” (p.285)

Ela continua afirmando que o conhecimento de Jesus Cristo na cruz, como revelado nas Escrituras, é o centro da manifestação de Deus e o único conhecimento que pode salvar o homem de seu pecado (p.287, 289). Satanás, em contraste, introduz “fábulas agradáveis” para divergir a atenção dos homens da Revelação de Deus e produzir morte na humanidade (p.290).

A teoria de que Deus é uma essência que penetra toda a natureza é um dos mais sutis artifícios de Satanás. Representa falsamente a Deus e é uma desonra para Sua grandeza e majestade. As teorias panteístas não são apoiadas pela Palavra de Deus. A luz de Sua verdade mostra que essas doutrinas são meios destruidores de vidas. As trevas são o seu elemento; a sensualidade, a sua esfera. Satisfazem o coração natural, e favorecem a inclinação. A separação de Deus é o resultado de sua aceitação.”

Ela identifica o centro do problema. Enquanto as Escrituras ensina que apenas Jesus pode salvar pecadores, o espiritualismo coloca Deus dentro do ser humano, o capacitando para alcançar sua própria salvação (p.291). E esse falso ensino assaltará a Igreja com mais ainda mais força no final do tempos por meio de uma religiosidade sensacional (emotiva) e doutrina especulativas acerca da natureza divina e da Revelação (p.294,295). A solução para resistir essas falsidades está em ler as Escrituras assim como está escrito e por meio dela obter o conhecimento de Jesus tal quão a Revelação ensina (p.299).

Emergentes e Revelação

Para descrever a compreensão da IE sobre Revelação, escolhi o livro A is for abductive: the language of the emerging church,[8] primeiramente porque seus autores são Emergentes; segundo, porque suas obras são mencionadas em repostas tanto de Adventistas como de Evangélicos; e por último, por praticidade esse livro tem o objetivo de explicar os conceitos básicos da teologia Emergente. Formatado como um dicionário, o livro é estruturado em verbetes importantes na teologia Emergente com suas respectivas explicações.

Começando com Deus, os autores O descrevem como sendo tanto transcendente como imanente, perto da natureza e ao mesmo tempo longe dela (p.286). Deus é também visto em toda a criação, que é sagrado como Deus (p.265). Essa santidade é atribuída tanto a criação como ao Criador, portanto, tudo é sagrado e deve ser considerados com respeito (p.78,79). Destruir a natureza é destruir a humanidade, pois os seres humanos fazem parte do todo. Toda a criação está relacionada (p.72,79).

Essa compreensão da criação como parte de Deus é importante para a teologia Emergente pois “a experiência do eu como parte dos outros” é o caminho para entender o divino (p.72). Não há uma Revelação fixa de Deus, como as Escrituras vista por EGW, mas a vida do ser humano é parte da vida de Deus. A verdade de Deus é conhecida na interação com a comunidade, em experiências pessoais e comunitária do divino (p.75). Assim, para compreender Deus, o ser humano precisa compreender a estória humana (p.193-195). Revelação é definida como a “constante participação do cristão na estória de Cristo e Sua igreja” (p.234).

As Escrituras não funcionam como uma Revelação fixa de Deus, mas elas servem para despertar a espiritualidade em um encontro existencial dentro da comunidade de fé (p.265,266). Para alcançar esse objetivo de forma mais eficaz o indivíduo precisa escutar múltiplas interpretações de uma mesma passagem da Bíblia vindo da comunidade de fé para que o verdadeiro significado pessoal da passagem seja compreendido. Nesse esquema, o relacionamento místico entre Deus e o homem é o caminho desejado para desenvolver a espiritualidade. Místico aqui é o oposto do conceito moderno de racionalidade (p.203,204).

A maneira ideal desse relacionamento místico (ou irracional – tendo como partida o racionalismo da era moderna) com Deus, ocorre por meio da oração. “Oração é o mais poderoso campo de força do universo...oração é outra palavra para experimentar Deus” (p.243). Logo, Deus é revelado no encontro ou experiência instigada através do exercício da oração. Isso qualquer um pode fazer como achar melhor, pois religião é tudo que possibilita o relacionamento entre Deus, ao contrário de dogmas fixos, doutrinas ou instituições (p.267,268). A solução para unificar Deus com a humanidade é o auto-conhecimento que todas as coisas fazem parte de um todo.

Conclusão

Os pontos de vista tanto de EGW e da IE, como descrito acima, possuem similaridades e dissimilaridades. Ambos concordam que Deus existe e revela-Se aos homens. Suas interpretações acerca do ‘como’ essa Revelação ocorre é outra história. Enquanto EGW ver a Revelação de Deus em dois estágios, antes do pecado (claramente em toda criação) e após o pecado (claramente somente mediante Jesus e Escrituras), os Emergentes enxergam Revelação clara no relacionamento humano com a natureza ainda hoje.

A teologia Emergente, como representada em A is for abductive, considera a criação e o Criador santos e em uma unidade inseparável. EGW, no entanto, observa uma separação entre esses dois elementos que só pode ser remediada por meio de Jesus. Essa distinção entre a criação e o Criador faz com que em geral a concepção de Revelação deles sejam bem diferentes. No primeiro caso os seres humanos podem por si mesmos obterem o conhecimento salvífico mas no último caso, apenas Jesus como Revelação suprema de Deus oferece conhecimento capaz de salvar o pecador.

A IE pode ser considerada um dos perigos que EGW aponta em suas advertências acima. Nesta maneira, a mensagem soteriológica Adventista pode ser modificada negativamente caso os conceitos de Revelação e Deus Emergentes forem aceitos. Assim, creio que a posição oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia acerca de Deus, Revelação e Salvação está em maior acordo com a explicação de EGW e em desacordo com a IE.



[1] Nisto Cremos : 27 ensinos Bíblicos dos Adventistas do Sétimo Dia. (Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia) Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira. (2003) p.4. Manual da igreja : Igreja Adventista do Sétimo Dia (Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia).Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira. (2007) p.9.

[2] Peter M. van Bemmelen. Revelation and inspiration.IN: DEDEREN, Raoul. (org.) Handbook of Seventh-day Adventist theology. Hagerstown, MD: Review and Herald Publishing Association. (2000) p.22-57. Richard M. Davidson. Biblical interpretation. IN: DEDEREN, Raoul. (org.) Handbook of Seventh-day Adventist theology. Hagerstown, MD: Review and Herald Publishing Association. (2000). p.58-104. Review and Herald Publishing Association. (2002)

[3] Para um panorama histórico das divergentes opiniões no Adventismo ver: Alberto R. Timm, Divine accommodation and cultural conditioning of the inspired writings. Journal of the Adventist Theological Society, 19/1-2(2008): 161-174. Idem. Adventist views on inspiration. Perspective Digest, 13/3 (2008): 24-39. Idem. Adventist views on inspiration. Perspective Digest, 14/1 (2009):44-56 . Lael Caesar. Hermeneutics and culture. Perspective Digest, 14/3 (2009): 24-49.

[4] Nisto Cremos : 27 ensinos Bíblicos dos Adventistas do Sétimo Dia. (Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia) Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira. (2003) p.4. Manual da igreja : Igreja Adventista do Sétimo Dia (Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia).Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira. (2007) p.9.

[5] Alberto R. Timm, Antecedentes históricos da intrepretação bíblica Adventista. IN: George W. Reid (ed.) Compreendendo as Escrituras uma abordagem Adventista. Engenheiro Coelho, SP:Unaspress. (2007)

[6] Samuel Koranteng-Pipim. Trojan horses: the new spirituality movements. Adventists Affirm, 23/1 (2009) (pode ser acessado em http://www.adventistsaffirm.org/article.php?id=241) Ted Wilson. Go forward. Sermão dirigida a assembléia geral no encerramento da Conferência Gerald a Igreja Adventista do Sétimo Dia em Atlanta, Julho 03/2010. Fernando Canale. The emerging church: why does it mean? And why should we care?. Adventist Review. June 10, 2010. (pode ser acessado em http://www.adventistreview.org/issue.php?issue=2010-1516&page=16)

[7] WHITE, Ellen G.Testemunho para as Igrejas. Vol.8. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira. (2001)

[8] HASELMAYER, Jerry. MCLAREN, Brian D. SWEET, Leonard. A is for abductive: the language of the emergent church. Grand Rapids, MI: Zondervan. (2003). Para mais informações sobre como alguns evangélicos avaliam o movimento Emergente uma boa consulta é a obra CARSON, D.A., Becoming conversant with the emerging church: understanding a movement and its implications. Grand Rapids, MI: Zondervan. (2005).

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Incontrolável, mas previsível

A gloria de Deus é autônoma. Isso significa que nós não podemos controlar suas ações. Porém, apesar dela ser incontrolável, Ela é previsível. A sua previsibilidade tem como referencia o padrão de sua movimentação na história e as referências do próprio Deus sobre Sua movimentação.

A razão de sua saída, tanto no Êxodo mosaico como no êxodo de Ezequiel, é a iniquidade dos homens.

Como vimos no texto anterior (glória condicional II) a glória de Deus é associada a Sua santidade. Ela habita o santuário, e dentro dele mais especificamente a arca da aliança. Era do lugar santíssimo, o compartimento mais interior do santuário, que a glória comunicava com Israel. Sua locação é sugestiva de seu padrão de movimento. Dentro da arca estava os 10 mandamentos ou promessas divinas. Anterior a habitação da glória na arca, ela permaneceu no monte Sinai, de onde foram proferidas os conselhos e legislações divinas à Israel.

No livro de Ezequiel, esse padrão de movimento da glória é visto com maior nitidez. O livro do profeta começa uma visão da glória de Deus em movimento (Ez.1). Ela então é vista parada em sua morada, a arca da aliança no lugar santíssimo do santuário em Jerusalém. Porém, a partir do capítulo 8 ela sai do lugar santíssimo para fora dos portões do templo terrestre construído por Salomão. A visão é aterradora ao profeta, pois a sua saída segue calamidades terríveis quase ao ponto de destruir toda a nação de Israel. Assim como Moisés, Ezequiel clama para que a glória permaneça e Deus tenha misericórdia do Seu povo (Ez.9:8).

A razão de sua saída, tanto no Êxodo mosaico como no êxodo de Ezequiel, é a iniquidade dos homens. A idolatria do bezerro de ouro no Sinai e a idolatria de Baal e Tamuz no templo expulsaram a santidade divina. Sem santidade e sem lei, a glória desaparece, pois, a glória é santa tal como a lei do Senhor. A movimentação da glória do Senhor depende da fidelidade do povo que caminha próximo a Ela. Esse tem sido o padrão na história. E as previsões celestes sobre Sua movimentação revelam ainda mais sobre essa relação entre glória e lei. Mas acerca dessa comunhão refletiremos mais tarde.

Comunicação divina de hoje: “Feliz o homem que não caminha nos conselhos dos ímpios...mas seu prazer está na lei do Senhor...O Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Sal 1)

sábado, 12 de junho de 2010

Glória condicional - II

No texto anterior, refletindo sobre a glória de Deus, afirmei que o divino transforma os lugares e o tempo nos quais Ele habita. Somente mediante a Sua presença elas adquirem características santas e gloriosas. Assim, nenhuma criatura possui glória inerente ou independentemente de Deus. Tanto que sem a presença de Deus, objetos e tempos santos se tornam ordinários novamente. Surge então a questão, quais os motivos que fazem com que Deus habite em Sua glória em certo lugar ou tempo e/ou o abandone? Antes de refletir sobre tais questionamentos, gostaria de escrever um pouco mais sobre a condicionalidade da glória de acordo com as Escrituras.

Não era o povo que guiava a glória de Deus

A glória de Deus está associada ao santuário por razões lógicas. Santuário significa “lugar santo”. A glória de Deus é santa e, portanto, o lugar de Sua habitação é santo. Por isso, a maioria das referências bíblicas acerca da glória de Deus estão associadas ao santuário, seja ele do tempo ou do espaço. No livro de Êxodo, onde aparece pela primeira vez o termo “glória de Deus”, a impressão que temos é que a glória de Deus é móvel e não estática.

Por ser móvel, Ela muda. Essa mudança não significa imperfeição, mas atividade. A glória primeiramente habita uma nuvem no céu (Ex.16). Depois Ela, por algum tempo, permanece no monte Sinai (Ex.24:16,17; 33:18), mas após a construção do tabernáculo Ela passa a fazer morada entre os querubins na arca da aliança (Ex.25:8,22; 29:43).

O tabernáculo fora feito de objetos portáteis, facilmente desmontados e montados, facilitando o seu transporte no deserto rumo à terra prometida por Deus. A glória de Deus caminhava com o povo, não permanecia em um lugar, porque Ela tinha um destino final. Enquanto esse destino não chegava, a glória se movimentava de acordo com a Sua vontade.

Não era o povo que guiava a glória de Deus, mas o oposto. A nuvem da glória divina se movimenta, guiando Israel (Ex.40:36-38). O povo só andava quando a glória avançava. Por cerca de um ano eles permaneceram ao redor do Sinai porque a glória do Senhor permaneceu no monte. Mas quando a glória estava pronta para mover-se, o povo a seguia.

Seguir a glória de Deus trazia direção, segurança e vida. Quando alguns se apartaram do arraial, onde a glória do Senhor permanecia, eles acabaram morrendo (Ex.16; Num.14). Moisés, reconhecendo a importância da presença da glória do Senhor no meio de Israel, clama para que Ela não os deixe (Ex.33:14,15). Tal clamor só foi necessário porque Ela é autônoma. Deus iria deixar Israel. Sem a glória de Deus, os Israelitas estariam perdidos.

Comunicação divina de hoje: A glória é independente. Não somos nós quem a controlamos, mas Ela quem deve nos guiar. Perder o foco da glória é morte na certa.

sábado, 22 de maio de 2010

Glória condicional


O santuário de Deus é o centro de Sua glória, pois é o local de Sua habitação. Glória existe onde Deus está. Os objetos em si não possuem glória divina a não ser que estejam em contato com o Deus da glória. O arbusto no deserto se tornou santo e glorioso quando Deus habitou nele. O monte Sinai se tornou santo e glorioso quando o Senhor habitou em Seu cume. A tenda do tabernáculo se tornou santa e gloriosa quando Jesus fez morada em seu interior. Sem a presença de Deus, arbusto seria arbusto, monte seria monte, e tenda seria tenda.

Sem a glória divina, tais objetos seriam apenas mais um entre muitos

Mas ao receber a glória divina, tais objetos comuns se tornaram extraordinários. Sem a glória divina, tais objetos seriam apenas mais um entre muitos, esquecido em meio à multidão. Porém, a glória de Deus torna o ordinário em excepcional. O qualquer se torna único. A vegetação no deserto do Horebe morreria desconhecida como qualquer outro arbusto do deserto. O que a fez notória não foi sua origem ou natureza, mas a habitação da glória de Deus.

O arbusto, que tem sua origem com o pecado (arbustos são plantas espinhosas - ver Gn.3:18), é usado pelo Senhor para falar com Moisés. Ainda hoje se faz menção da sarça ardente. O qualitativo ardente define a sarça. A glória de Deus define a existência do santuário. O lugar é santo porque o Santo Rei da Glória habita em seu meio. A Bíblia é santa e gloriosa porque Deus fala por seu meio. A igreja é santa e gloriosa porque Deus está em seu meio. O homem é santo e glorioso quando o Espírito do Senhor habita em seu meio.

Sem Deus, sem a glória do Senhor, nenhum desses seres seriam santos ou gloriosos. A Bíblia seria apenas um livro qualquer; a igreja, uma comunidade qualquer; o homem, um animal qualquer. Assim sendo, será que a glória de Deus pode se retirar de sua locação? Se sim, quais os motivos que fazem com que Deus habite em Sua glória em certo lugar e/ou abandone tal espaço? Respostas a tais questionamentos são importantíssimas e requerem cuidadosa atenção. As implicações serão buscadas em futuros textos do comunicação divina.

sábado, 8 de maio de 2010

Lembra-te do santuário


Lembrar do santuário de Deus é o antídoto contra os enganos satânicos, foi a comunicação divina anterior. Mas como lembrar do santuário de Deus? E por que lembrar do santuário de Deus? Ao responder a última questão teremos uma idéia de como responder a segunda. Hoje refiro-me a última para depois refletir sobre a primeira.

Os que buscam o santuário de Deus e ao Deus do santuário são vitoriosos...

As Escrituras Sagradas (Bíblia) em sua narrativa histórica ensina que a rejeição do santuário e do Seu Deus causou destruição e morte. Quando Salomão deixou o templo de Deus para adorar os ídolos nos altos ele se tornou um rei insuportável e autoritário. O resultado foi uma revolta social e a divisão do reino de Israel. Os livros de Crônicas e Reis repete a saga dos reis de Judá e Israel após a divisão. Os que aderem ao santuário de Deus e ao Deus do santuário são vitoriosos, porém os que abandonaram a Deus e buscam os ídolos são derrotados.

Os profetas, principalmente Ezequiel e Jeremias, revelam que a rejeição do templo de Deus fez com que o povo esquecesse da lei do Senhor e do Senhor da lei. O amor ao próximo, a fidelidade, a misericórdia, o perdão, a compreensão, a justiça, a pureza foram abandonadas. Em lugar de tais práticas, a satisfação própria, o prazer incontrolável, a manipulação, o engano, a infidelidade, a injustiça, a violência, a opressão e muito mais tomou conta da sociedade ao redor do templo.

Tudo isso porque a glória de Deus foi rejeitada no Seu santuário. A casa de Deus nos ensina que a lei de Deus é perfeita e restaura a alma. Ela revela também que todo ser humano é pecador e defeituoso necessitando de purificação e perdão. Através dos sacrifícios e do sacerdote, Deus ensina que Ele oferece a salvação aos homens. O preço do pecado é a morte do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Cristo é o sumo-sacerdote que oferece Seu sangue perante o Pai e clama por nossa aceitação todos os dias.

...porém os que abandonam a Deus e buscam aos ídolos são derrotados

O santuário nos convida a deixar nossos desejos e vontades más sobre o altar e sair renovado. É por meio do ritual do juízo e a purificação do santuário que aprendemos que aquele que confessa seu pecado será perdoado. E Deus há de fazer justiça aos que continuam em sua iniqüidade. Foi quando Asafe assistiu aos ritos da expiação que ele entendeu o fim do mundo e a aparente prosperidade dos ímpios. Pois o templo de Deus deixa claro o passado, o presente e o futuro. Sem compreender suas mensagens os homens andam incertos e inseguros.

Por isso que Satanás sempre usou de seus mais meticulosos enganos para afastar o homem do santuário. Pois ao desviar as mentes dos homens do templo de Deus, todos os princípios de prosperidade serão esquecidos. Sem o santuário esquecemos nossa origem, nossa presente situação e nosso futuro glorioso. O mundo que esqueceu o templo de Deus sugere que nossos progenitores foram amebas, e que nosso futuro é a morte. Mas o santuário nos lembra que somos feitos à imagem de Deus e precisamos retornar a refletir Sua glória.

Comunicação divina de hoje: Lembrar do santuário nos mostra a verdadeira compreensão da realidade

quinta-feira, 6 de maio de 2010

o santuário esquecido...

Por causa da idolatria de Salomão e Israel, a glória do Senhor abandona o templo. No Grande Conflito, parecia que Satanás estava para vencer. Na época de Elias, Satanás reinava supremo, enquanto o altar do Senhor se encontrava em ruínas. Por meio de Baal, Astarote, Jezabel e Acabe, o inimigo de Deus fez prosperar o engano, a violência, a injustiça.

a iniquidade chegou a um ponto insuportável por rejeitarem os conselhos do Senhor,

Deus prometera a vinda do Messias salvador por meio dos filhos de Abraão, mais especificamente pela linhagem de Davi e Salomão. E Satanás desejava aniquilar a promessa divina. Atalia, filha de Jezabel, tenta assassinar a Joás, descendente de Salomão. O pecado tenta destruir a salvação. Porém, Joás é salvo no santúario, escondido no templo pelos sacerdotes que temiam ao Senhor. Mas nem todos adoravam ao Criador no santuário. A maioria preferia os altares dos deuses pagãos nos montes espalhados por toda a Palestina.

Apesar de Deus enviar vez após vez profetas a fim de alertar o mundo de sua situação, assim como na época de Noé, os homens preferiram as trevas à luz. Por sua escolha, o príncipe das trevas dominava. Nos dias de Isaías a iniquidade chegou a um ponto insuportável. Por rejeitarem os conselhos do Senhor, Israel é destruído pelos Assírios no ano 722 a.C. e o reino de Judá caminhava para o mesmo caminho. Porém a glória do Senhor aparece novamente. E onde ela surge?

No tempo de Isaías o Senhor se revelou no santuário. Como nos dias de Salomão, quando a glória do Senhor enchera o templo e de lá toda a prosperidade fluiu às nações. É pelo santuário de Deus que as bençãos nos alcançam. O santuário é o centro das atividades divinas.Quando ele é perdido de vista Deus é esquecido e o pecado reina com todo o seu sofrimento. Creio que muitos dos sofrimentos de hoje são resultados do esquecimento do santuário e de sua mensagem. O Alzheimer satânico gera consequências nefastas.

A comunicação divina de hoje - Lembrar do santuário de Deus é o antídoto contra os enganos satânicos.

Plano abortado...em partes...

Refletimos a glória de quem adoramos. Israel, contemplando aos ídolos e a prosperidade das nações pagãs, se tornou como eles. O poder das nações pagãs pareciam mostrar empiricamente que os deuses deles realmente funcionavam. A riqueza material e o prazer sensual dos cultos idólatras chamaram a atenção dos Israelitas que buscavam prazer imediato sem considerar o futuro.

O plano de Deus, no entanto, era uma história duradoura, um domínio de influência. Por meio dos descendentes de Abraão, o Criador desejava abençoar todas as famílias da terra. Deus prometeu a Moisés que Israel não sofreria mal enquanto estivesse confiando nEle. O que eles deveriam manter em mente era o grande conflito entre Deus e Satanás, entre o pecado e a vida. Os Israelitas deveriam ser os representantes do Criador à humanidade caída.

O plano divino foi experimentado em partes no reino de Salomão. Com sabedoria dos céus e a edificação do santuário, o Senhor abençoa aos israelitas. A glória do Senhor enche o templo e paz reina sobre Israel. O reino cresce em território, riqueza e paz, de tal forma que reis vieram de longe para saber a razão de tal proeza. Ao aprenderem de Salomão e do santuário sobre o Deus dos céus, eles voltavam a suas terras, exaltando o Criador.

Porém, Satanás entra em cena apelando aos prazeres pecaminosos de Salomão. Milhares de mulheres o levaram a praticar idolatria, adultério, e até sacrifício humano. O sábio se torna louco e a glória de Deus é transformada em mentira. Por causa da infidelidade humana, Deus tem que esperar mais um pouco para fazer com que a terra reine em paz. Os filhos de Salomão e os Israelitas arcam com as consequências da desobediência. O reino se divide em dois, e a violência toma conta do planeta novamente.

A comunicação divina de hoje - Posso adiar os planos de Deus por minha infidelidade, e isso afetará a vida de milhares.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

sábado, 17 de abril de 2010

Refletindo a glória


Em meio a iniqüidade dos homens, o Senhor relembra ao profeta que Ele, acima de qualquer outro, está interessado com o bem-estar da humanidade. Triste e irado com a situação de pecado de Sua criação, Deus chama Isaías para revelar a Sua glória. O Senhor dá uma visão acerca de Sua santidade para deixar bem claro que todo o sofrimento no mundo e no meio do Seu povo é decorrência do pecado.

Ao revelar o Seu caráter puro, Deus é contrastado com a natureza violenta e a rebelião dos homens. Os pecados de Israel e das nações vizinhas são revelados para todos verem quem são os responsáveis por todo o mal que está acontecendo, os ídolos usados por Satanás. A glória dos ídolos e a glória de Deus produzem resultados opostos, pois os ídolos e os homens são passageiros, enquanto que a Palavra do Senhor permanece para sempre.

o sofrimento no mundo e no meio do Seu povo é decorrência do pecado.

Isaías aparece perante Deus no templo como representante de Israel, a comunidade divina. Impuro, Isaías não consegue falar. Israel prostituido com as orgias pagãs também não cumpre sua missão de testemunhar do Criador e do plano da salvação por meio do santuário. Porém, Deus vem, não apenas para mostrar a sujeira, mas para removê-la. Com um tição removido do altar, o mensageiro do Senhor é purificado. A dor traz a cura, para que ele fale da glória.

Essa dinâmica de impureza, revelação do caráter de Deus, purificação e proclamação é desenvolvida nos capítulos 7 até o 39. Quando Israel confia no Senhor, a glória eterna é revelada. Porém, quando eles se apegam aos ídolos e às nações estrangeiras, a prosperidade é fulgaz. Pois Deus é o Criador eterno e os objetos humanos são criaturas passageiras. Os resultados que seguem são lógicos.

O objetivo da manifestação da glória divina era a vinda do Messias, o Emanuel prometido no capítulo 7. E com ela, bençãos seriam distribuídas à todas as nações da terra por meio do santuário em Jerusalém. Mas como veremos depois, o fim da história é trágico e o rei Ezequias perde uma grande oportunidade de realizar a vontade de Deus.

A comunicação divina de hoje - A glória que refletimos está associada à natureza de quem adoramos.

Que situação!


Deixei o livro de Isaías no capítulo 39, refletindo sobre a glória de Deus. Até aqui descobri que a glória de Deus surge em momentos de prova para testar a fidelidade do homem que está em pecado. Responder positivamente ou negativamente às manifestações divinas determinam nosso futuro. Assim, não é Deus quem causa o sofrimento mas Ele o usa para purificar o homem do pecado e da morte. É num desses momentos de sofrimento e morte que Deus aparece a Isaías.

A glória de Deus aparece no auge da opressão Assíria sobre a região do Oriente Médio. Nos reinos de TiglatPileser III, Shalmanaser, Sargão II e Senaqueribe o império Neo Assírio é fortalecido e domina desde o Egito até a Pérsia. Seu exército era famoso por causa de suas crueldades militar com seus inimigos. Arrancar os olhos do reis rebeldes, empalar homens, queimar cidades inteiras eram apenas algumas dos meios usados para aterrorizar as pessoas. E os Israelitas estavam entre esses que eram ameaçados pelos terroristas Assírios.

Mas o perigo maior não estava fora dos muros da cidade. Os reis e nobres ficavam ricos a custa da exploração da população. Os políticos aumentavam o imposto, desviavam o dinheiro dos que necessitavam para os seus prazeres. Isso te parece familiar?! À medida que crescia o comércio interno e as relações exteriores, a avareza e o desejo de ficar cada vez mais rico também. A liderança do governo junto com o sistema judiciário trabalhavam não pela justiça mas pelo interesse próprio. Mesmo com mensagens enviadas de Deus através de Amós, Miquéias, Oséias e Isaías, a crueldade continuava nas ruas.

E se alguém desejasse fugir do mal correndo para o templo, perceberia logo que lá dentro a situação era pior. Nos centros religiosos os sacerdotes oprimiam as viúvas e os pobres pedindo a cada dia mais dinheiro e oferecendo cada vez menos paz e Deus. Vasos e mais vasos eram enchidos com o dinheiro daqueles que viam adorar. Em troca, uma religião meritória e de prazer sensual era oferecida.

Enquanto que a injustiça e a impureza permeia os meios de comunicação de massa...

Em aliança com os reis eles faziam parte de uma corrupção social dominada pela idolatria. Ídolos estes que estavam espalhados por todas as cidades. Suas propagandas eram vistas de longe. Sensualidade e prazer eram o apelo. De longe a fumaça de sacrifícios humanos subiam como publicidade das orgias e sacrifícios humanos oferecidos nos altos dos montes da Palestina, a terra da promessa.

... o profeta não se conforma e sensível ao que está acontecendo clama ao Deus dos céus por uma resposta

É nesse cenário que Isaías vai ao templo em busca de Deus. Enquanto a injustiça e a impureza permeiam os meios de comunicação de massa, em meio ao caos, o profeta é um daqueles que não se conforma com a maldade e sensível ao que está acontecendo clama a Deus dos céus por uma resposta. Deus responde manifestando Sua glória. Quero me tornar um Isaías e ver a glória de Deus!

Comunicação divina de hoje - a glória de Deus é manifestada quando nos indignamos contra a injustiça

sábado, 3 de abril de 2010

Feliz páscoa

Nas últimas semanas estive ocupado com os requisitos do mestrado e não postei nada. Porém, pretendo, nesta nova semana, continuar minha jornada sobre a glória de Deus. Através do livro de Isaías continuarei algumas reflexões e logo em seguida, refletirei sobre a glória no livro de Ezequiel. Esses homens que viram a Deus tem muito a nos ensinar.

Resumindo e já adiantando o que tenho aprendido, glória de Deus é a manifestação de Sua presença. Essa manifestação gloriosa modifica todas as coisas para o bem ou para o mal, dependendo da resposta voluntária da criação. A glória de Deus pode ser manifestada de diversas formas, inclusive fiquei surpreso com o método usado por Deus no livro de Ezequiel. Mas a maior dessas manifestações gloriosas ocorre nos Evangelhos. Cristo, o Messias, Deus em carne, o menino Jesus, o mestre crucificado, o carpinteiro ressurreto.

Essa manifestação gloriosa modifica todas as coisas para o bem ou para o mal, dependendo da resposta voluntária da criação

E nessa semana, temos o privilégio de comemorar a glória de Deus. A páscoa é uma festa divina, instituída por Deus, que tem sua origem no Egito cerca de 3500 atrás. Naquela época, as famílias de Jacó eram oprimidas e maltratadas por um faraó que rejeitara o Deus de José. Ao clamarem ao Senhor, a glória de Deus é manifestada. Sinais e milagres, pragas e livramento deixaram claro a todos no Egito que o Deus de Israel estava bem vivo e ativo.

E para lembrar a Israel para sempre desses gloriosos atos, Deus ordena a Moisés a celebração da páscoa. Comemorando o dia do livramento da opressão do Egito, cada família deveria sacrificar um cordeiro e colocar o sangue do cordeiro sobre as umbreiras (limites da porta), significando que apenas o sangue do sacrifício de Jesus liberta o homem do cativeiro do pecado. Páscoa simboliza, portanto, não somente a glória de Deus no Egito, mas a glória de Deus na cruz.

Mas a revelação da glória de Deus não terminou na cruz, ela aparecerá de forma ainda mais forte e livrando a todos os homens para sempre...feliz páscoa a todos.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Jesus, glória de Deus

Para refletir sobre a glória de Deus



domingo, 14 de março de 2010

O sucesso da irracionalidade


Ao abrir a internet hoje descobri que hoje (14 de março) é o dia do π.De acordo com o site piday.org este dia é comemorado pelos matemáticos de todo o mundo. Eles celebram o sucesso da matemática como ciência. Disciplina esta que permitiu a existência do computador, da física e química experimental e muitas outras descobertas. Realmente não podemos fugir da matemática.

E como símbolo desse sucesso foi escolhido a letra π (PI) do alfabeto grego. Lembrando o que aprendi na escola, o π é símbolo da razão entre o raio da circunferência de um círculo pelo seu diâmetro. O que me intriga é que o resultado desse cálculo é um número infinito. Ou de acordo com o site oficial do PI day, "um número irracional". Ou seja, um número que continua pela eternidade sem repetir. Pi = 3.1415926535…

Interessante como até a ciência mais precisa, como a matemática, precisa do reconhecimento do infinito e da irracionalidade para entender o concreto e físico. Vejo que a irracionalidade também é bem sucedida. Por que então a reluta de tantos de aceitar um Ser infinito que também contribui tanto para a nossa vida? Vou comemorar junto com os matemáticos o sucesso da irracionalidade.

Olhar para Deus também cura


A glória de Deus revela a origem do mal e do sofrimento. Ao ver a glória de Deus Isaías sofre, mas também resolve seu problema, ele é purificado. Deus em Sua glória não só revela a condição maldita do ser humano mas oferece a solução para o sofrimento. A solução está intimamente ligada a glória, a presença divina.

Isso é demonstrado até pela estrutura do livro. Em um artigo esclarecedor, John N. Oswalt mostra que a visão do capítulo 6 é um protótipo do que ocorre no restante de todo o livro. Isaías representa Israel, impuro, pecador que reconhece seu estado somente mediante a revelação da santidade de Deus. Os capítulos 7 a 39 são revelações dessas duas realidades, o pecado de Israel e o caráter santo de Deus.
Quando se perde o referencial da glória de Deus o resultado inevitável é o sofrimento.

Israel que havia sido escolhido por Deus para dá glória ao Criador de todas as coisas, e mostrar o amor desse Deus a toda a humanidade, falha ao perderem o referencial. De acordo com esses capítulos, Israel troca a glória do Criador pela glória das criaturas. Nos dois últimos capítulos dessa seção a falha de Israel é exemplificada pelo seu representante, o rei Ezequias. Quando os babilônicos visita a Jerusalém, ele glorifica a si e suas riquezas materiais enquanto a glória de Deus é esquecida.

Como resultado o rei fica doente e morre. Israel é levado cativo junto com todas suas riquezas para Babilônia, o que aconteceu no ano 605 a.C. O que aprendi com tudo isso é que quando contemplamos e atribuímos glória e poder às criaturas ao invés do Criador, sofremos. Guerras entre nações são geradas pelo egoísmo, briga familiar também, pobreza e violência sociais podem ser atribuídas a falta de compaixão e orgulho.

Quando se perde o referencial da glória de Deus o resultado inevitável é o sofrimento. No entanto, como a segunda metade do livro de Isaías mostra (e que comentaremos mais tarde), quando a glória do Senhor está presente na vida de uma nação, o resultado inevitável é a paz.

Comunicação divina de hoje - contemple a glória de Deus e Ela te dará o que você tanto busca.

sábado, 13 de março de 2010

A glória de Deus e a causa do sofrimento

Em minha busca procurando ver a Deus continuo no livro de Isaías refletindo sobre Sua glória. Comecei esse jornada procurando a Deus por causa dos questionamentos humanos acerca do sofrimento. E pensei que talvez se eu O visse poderia entender o pouco melhor a razão de tanto sofrimento e morte.

O que tal lógica ignora é a razão do sofrimento

A primeira surpresa foi descobrir que ao olhar para Deus em Sua glória, muitos sentem dor. Bem o oposto do que procurava, mas parece ser este o padrão. Isaías sentiu dor, como escrevi anteriormente. Daniel também ao ver a Deus sente-se fraco (Dan.10:8), Ezequiel cai (1:28), bem como o discípulo João que sente como estivesse morto (Apoc. 1:17). Em todos esses casos a manifestação da glória de Deus produz desconforto, dor e sofrimento.

Mas seria a glória de Deus ruim? Essa é a resposta pronta de muitos homens que ao sofrerem na vida não acreditam no Deus da Bíblia. Marx, Freud, Nietzsche e muitos outros culpam a Deus, ou a crença nEle como a razão de todo sofrimento. E seguindo o exemplo destes, ainda é comum eu escutar alguém questionando a existência de Deus por causa do sofrimento.

O que tal lógica ignora é a razão do sofrimento, o que a visão de Isaías no ajuda a entender. Esse sofrimento é decorrente da impureza do profeta e do seu povo, Israel. Ao presenciar a glória divina em Sua santidade e pureza, o contraste é marcante. A impureza do seu pecado, de sua dessemelhança com Deus, gera uma dor profunda.
É comum escutar alguém questionando a existência de Deus por causa do sofrimento.

De acordo com as Escrituras o pecado é a causa do sofrimento humano. O homem fora criado perfeito por um Deus perfeito, porém a desobediência e a escolha humana em abandonar a Deus gerou morte. Tsunamis, terremotos, enchentes, câncer, Aids, nada disso é gerado pela glória de Deus. Pelo contrário, em todos os exemplos mencionados acima, percebo que a glória de Deus elimina o sofrimento do pecado.

Deus purifica a Isaías com uma brasa, fortalece e levanta a Daniel, Ezequiel e João. E ainda mais, a todos esses que viram a glória de Deus, uma mensagem de conforto e esperança é enviada. Deus se preocupa com o sofrimento humano e envia mensageiros de esperança para mostrar a humanidade que Ele tem a solução para todos os problemas, basta confiar na glória do Senhor. Sobre essa solução refletirei um pouco mais em breve.

sábado, 6 de março de 2010

Vi a Deus e doeu

Tenho refletido sobre a glória de Deus através daqueles que já a viram. Em minha jornada resolvi esse sábado sair um pouco do livro de Êxodo e viajar pelo livro do profeta Isaías para ver um pouco mais dessa glória. Minha jornada não foi em vão e maior luminosidade surgiu em meu caminho. Pois o capítulo 6 de Isaías relata mais um que viu a glória de Deus.

Assim que ele vê a Deus ele sente dor.

Ao contemplar a maldade do seu povo ele busca o santuário. Em meio a tanta injustiça e iniquidade, Isaías se questiona se os planos de Deus para com Seu povo se realizariam. Nessa semana de tanto sofrimento e mais terremotos muitos também perguntam o que será de amanhã? Estará Deus envolvido no bem-estar da humanidade? Isaías havia buscado o lugar certo para obter tais respostas.

Em meio aos seus pensamentos, Isaías é levado ao céu. Ele avista no santuário celestial Aquele que é invisível aos olhos de seus conterrâneos. "Santo, santo, santo, é o Senhor dos Exércitos, toda a terra está cheia de Sua glória." Assim que ele vê a Deus ele sente dor. "Aí de mim!" Será que este é o resultado natural da visão da glória de Deus? Estaria eu disposto a sofrer para ver? Por que dor?

Vejo que Deus não é cego aos sofrimentos humanos, eu que sou cego quanto ao amor divino. E reconhecer isso dói.

A dor veio pelo contraste e pela luminosidade. Assim como uma pessoa que fica trancada num lugar fechado e escuro por dias sente dor ao contemplar o sol do dia (experimente ligar a luz forte de seu quarto assim que você acorda no meio da noite escura) Isaías sente dor ao ver a glória de Deus. Isaías viu a santidade divina Deus em contraste com sua pecaminosidade.

Deus era puro, santo, bom, justo, misericordioso, gracioso, eterno, amoroso, perdoador, redentor...e tudo isso condenou Isaías e seus familiares Israelitas. Em meio a tanta dor e sofrimento causado pela maldade dos homens, a visão da glória de Deus não diminuiu a dor de Isaías, apenas intensificou-a. Mas a fonte da dor mudou. Não mais era ele o inocente clamando por justiça, mas o pecador pedido por clemência.

Descobri que em meio aos meus questionamentos sobre Deus em meio a maldade do mundo, a glória de Deus surge em minha vida para mudar o foco. Ao ver a Deus vejo que mereço ainda mais do que está acontecendo de ruim. Vejo que Deus não é cego aos sofrimentos humanos, eu que sou cego quanto ao amor divino. E reconhecer isso dói.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Cibercultura

Vale a pena conferir bela entrevista sobre cibercultura com Eugênio Trivinho. Qual o impacto do twitter ou orkut sobre a violência e seu emprego? E sobre religião?

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Morrer pra quê?

Estive olhando algumas noticias no site G1 da globo e fiquei aterrorizado com dois casos de morte. Infelizmente ficar sensibilizado com morte é difícil hoje em dia com tanto relato de morte nos jornais. Mas Deus não deixa passar desapercebido.

Gostaria de comentar esses dois casos. O primeiro ocorreu na Vezezuela. Cito primeiro parágrafo (lide) da reportagem: Um estudante de 28 anos morreu na madrugada desta terça-feira (26- janeiro) em Mérida, oeste da Venezuela, em um protesto realizado depois da suspensão do sinal do canal RCTV, informou ao canal oficial VTV o governador do Estado, Marcos Díaz Orellana. Horas antes, outro jovem de 15 anos, Yosinio Carrillo, militante do Partido Socialista também morreu em confronto com o governo.

O que me deixa pertubado não é somente a brutalidade do governo Comunista, mas a causa de tais mortes. No passado pessoas morriam pela liberdade de seu país, ou pela vida de seus familiares ou de seus deuses. Em todos esses casos, pessoas morrem por uma causa que eles deram maior importância que suas vidas.

Qual a causa que motivou dezenas de estudantes venezuelanos a se rebelarem e 2 deles morrerem? Televisão. Será que vale a pena morrer por uma telinha e programas de entretenimento? Talvez tenham morrido pela liberdade de expressão, causa nobre, porém sou um pouco cético quanto a isso.

Fico pensando quantos daqueles jovens morreriam pelo seus familiares ou por sua religião/Deus?

Na pós-modernidade mais pessoas gastam suas horas na televisão e entretenimento que qualquer outra coisas. Casamentos, filhos, estudos, religião são sacrificados. Creio que o martírio dos jovens venezuelanos seja uma representação lastimável dos valores atuais. Fico pensando quantos daqueles jovens morreriam pelo seus familiares ou por sua religião/Deus? Você morreria por uma dessas causas?

Antes de responder essa pergunta afoitamente, considere o segundo caso. Também do site G1, Um casal de Oregon City, nos Estados Unidos, foi condenado por assassinato resultante negligência criminosa, depois de deixar o filho de 16 anos morrer sem procurar ajuda médica. Jeff e Marci Beagley são membros da igreja local Seguidores de Cristo, que prega a cura pela fé e rejeita cuidados médicos.

O fato é que todos morreremos cedo ou tarde pela causa que julgamos valer a pena.

O que você acha? Eles sacrificaram em nome de Deus. Uma causa muito nobre para alguns, que talvez justifique o ato. Porém na visão dos júri a causa não foi tão justa assim, 12 dos jurados condenaram o casal. O curioso foi o depoimento do único jurado que falou com a imprensa, de acordo com a reportagem do G1. Robert Zegar, disse que nenhum deles acredita que o casal seja “do mal”. “Eles apenas tomaram a decisão errada”

O que você acha dessa colocação? Creio que os pais não tinham o direito de sacrificar o filho por sua crença, ao menos que o filho também aceitasse a decisão dos pais. Não quero defender ou condenar a causa da morte, apenas queria ressaltar o papel da liberdade de escolha. Mas o que constato também é que ainda há pessoas que desejam sacrificar suas vidas por suas crenças religiosas num mundo tão secular.

Pessoas morrem por entretenimento, outras por religião. O fato é que todos morreremos cedo ou tarde pela causa que julgamos valer a pena. Jesus morreu por você, por qual causa você morreria?