No texto anterior expliquei uma das formas de tentar entender
cronologicamente Dan 11. Nesse texto explico um pouco mais sobre as razões
textuais para indentificar o poder Romano nessa profecia. Como já visto devemos
comparar Dan 11 com profecias de sequência histórica anteriores, como Dan 2, 7
e 8-9. Em Dan 11:4 temos os Persas
(8:20) seguidos pelos Gregos (11:3; 8:21) que são dividido pelos quatro ventos do céu
(11:4; 8:22).
O padrão de reinos continua em todas as visões. Em Dan 8 após a divisão da Grécia
entre os quatro ventos surge o chifre que começa pequeno e domina até os céus.
Ele é o centro da visão até o fim. Em Dan 11 após os quatro ventos surge os
reinos do norte e do sul guerreando entre si. Na história os quatro reinos após
Alexandre duraram por pouco tempo e apenas dois deles permaneceram até o
surgimento do império Romano. Eram os Seleucidas e os Ptolomeus.
Deve-se prestar atenção que o título "reino do norte" desaparece em Dan 11:16 e volta apenas no final (v.40). De Dan 11:16 apenas o rei do sul é mencionado contra
um “novo” poder introduzido no mesmo verso que provavelmente é o reino do norte
desde o v.15. Esse reino conquistará a “terra prazerosa” (algumas versões “gloriosa”)
que é mencionada em Dan 8:9. No Antigo Testamento essa terra é principalmente a
Palestina (Canaã). E o mesmo fará guerra contra o príncipe da Aliança
profetizado por Dan 9.
Após os Gregos surgiram os Romanos que conquistaram a Palestina, mataram a
Jesus e deram origem ao poder perseguidor que dura até o tempo do fim, em sua
forma pagã e religiosa. Portanto, baseado nesses paralelismos, acho que Roma é
introduzido no verso 15 como o reino do norte. Esse poder é o centro das
atenções até o final quando ressurge o reino do sul antes de Miguel
terminar a visão com a ressurreição dos justos (Dan 12).
E provavelmente as fases pagã e religiosa de Roma são distintas como em Dan
8. A divisão mais coerente é introduzir a segunda fase de Roma de Dan 11:31
visto que a profecia refere-se a profanação do santuário, a tomada do diário e
o estabelecimento da abominação desoladora como em Dan 8:11,12. Ou seja, desde
Dan 2 passando por 7, 8-9 a última visão sobre os poderes inimigos de Deus
foca mais sua atenção no último poder que mais afeta(rá) a obra de
salvação divina, Roma, que não terá sucessor até o reino dos céus.
Comunicação Divina: Assim como Deus começa com um panorama geral da história mas depois foca no mais importante, devemos também priorizar o reino que mais afetará nossa vida, o reino dos céus (Mat 6:33).
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