Primeiramente é importante notar que a expressão “desolação” (Heb. shomem)
está no particípio o que funciona como um substantivo. Ele é qualificado nesses
textos por “destestável” (Heb. shiqutz - 9:27, 11:31 and 12:11) e “transgressão”
(Heb. pesha’ - 8:14). Portanto, o que é certo no próprio livro de Daniel
é que shomem é algo negativo para Deus e Seu povo. E está relacionado
com quebra dos mandamentos divinos.
No Antigo Testamento shiqutz (destestável) ocorre mais vezes nas
acusações proféticas contra idolatria. Fora dos profetas a reação divina é a
mesma contra idólos (Deut 29:16, I Rs 11:5,7, II Rs 23:13, II Cr 15:8) ou tudo
que involve um estilo de vida pagão (II Rs 23:24). Estilo de vida idólatra
inclui principalmente imoralidade sexual (Jer 13:27, Ez 20:30). Em Ezequiel é
prometido durante o cativeiro Babilônico que Deus purificará (Heb. taher)
tais impurezas de Israel ao traze-los de volta para Jerusalem (37:23).
Daniel se enquadra bem nesse contexto de idolatria, impureza e purificação
do povo de Deus. De acordo com essa visão haverá(ria) um poder na história que,
semelhante aos povos inimigos de Israel antigo, traria abominações através de
sua religião pagã e estilo de vida contrário aos mandamentos divinos para
dentro de Israel.
Jesus em Sua mensagem profética no monte das Oliveiras (no vale de Josafá –
vale do juízo em Joel) refere-se a tal poder vindo sobre Jerusalém nos dias dos
discípulos num futuro próximo de Sua morte (Mat 24:15). Esse poder trouxe a
destruição de Jerusalém e do templo no ano 70AD. Com Tito os Romanos extinguiram
a rebelião dos Judeus que centralizaram sua influencia politico-religiosa no
Templo. Portanto, Jesus sugere que os Romanos cumpriram o papel do poder
abominável.
Certamente os Romanos era pagãos idólatras, e seus estandartes militar
representavam deuses, e eles perseguiram o povo de Deus (Judeus e Cristãos). Mas
a dimensão da visão de Daniel 8 vai além do tempo de Cristo no I AD. E o mais
importante em Daniel 8 é que o ataque desse poder atingiria o santuário de Deus
nos céus. O Novo Testamento ensina que após a cruz o centro de atividade
liturgica e salvífica divina ocorre(ria) no santuário celestial (ver
principalmente Hebreus e Apocalipse). Portanto Roma no tempo de Cristo cumpre apenas parte da inimizade descrita pelo chifre em Daniel 8.
Em Daniel 7 e Apocalipse 12, 13 e 17 tais profecias mostram que haveria um
poder que sairia de Roma e teria características religiosas em semelhança e
oposição ao culto divino verdadeiro. Esse poder é até representado por uma
mulher que é o símbolo do povo de Deus (Apoc 12 e 17). Mas não uma mulher pura, mas uma prostitua impura cheia de abominações relacionada a idolatria e imoralidade
sexual. E finalmente, esse poder continuaria após o império romano até a
purificação divina ou juízo final. Tais características só se encaixam com uma
instituição na história. Roma que se diz Cristã mas na verdade está cheia de
impurezas e transgressões aos mandamentos divinos. (ver http://rodrigogaliza.blogspot.co.il/2013/01/atacando-o-santuario-e-os-santos-parte-2.html)
Duvida: Então a abominação da desolação quando citado por Jesus somente se referia a Roma Imperial? Ja que o chifre pequeno de Dn possui uma significação dupla não seria lógico que houvesse um cumprimento próximo e um distante da "profecia" de Jesus?
ResponderExcluirPassei pela matéria de Daniel com essa duvida, não fica claro pra mim!
Jorge, a abominação citada por Jesus registrada em Mt 24 é certamente Roman pagã visto que não existia Roma cristã ainda. mas ela é o começo do chifre pequeno de Dan 8 que cotinua com afeição religiosa.
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