O texto das 70 semanas tem uma forma poética em Hebraico o que pode sugerir
apenas uma forma alternativa literária de expressar tempo. A forma de tempo
usada pelo anjo é diferente e única. William Shea acha, no entanto, que há um
significado histórico-profético nessa semana. Ele relaciona a primeira semana
com a ideia final do verso – o “tempo de angústia” quando Jerusalem foi
reconstruída (Esd 4 e Neemias). Mas mesmo o Shea reconhece que não há dados
históricos para determinar tal evento.
Roy Gane no entanto acha que não devemos enxergar algo histórico (visto que
não temos comprovação histórica). Ele sugere que a separação das semanas faz
uso da linguagem do Jubileu (Lev 25). O ciclo de 7 semanas é um Jubileu (49/50
anos). Daniel 9 tem um Jubileu multiplicado por 10 (490 = 70x7 ou 49x10) o que indicaria sua maior
importância. Gane sugere que a importância é sua aplicação para toda a nação de
Israel ao invés de indivíduos em Israel. Se eu entendi corretamente sua
explicação creio haver problemas nessa aplicação a Israel, mas sua ideia geral
de interpretação soa coerente.
Não podemos ignorar que tal explicação (Gane) não anula a possibilidade de um
cumprimento histórico como o Shea sugere. Falta de evidência histórica não
dever ser motivo para ignorar tal interpretação. Haja vista a última semana que
se refere a cruficixão de Jesus e o apedrejamento de Estêvão, datas ainda hoje
debatidas e com pouca (ou nenhuma) documentação precisa. A lógica é que o anjo está dando já a chave de
interpretação de como interpretar a profecia. Assim, não dependemos de algo que
talvez nunca tenha acontecido em 408 AC.
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