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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Idolatria e ritualismo

Lição 8 –Conformidade, concessões e crise na adoração

Introdução

Voando pelo meio do céu três anjos proclamam com urgência a todos os habitantes do planeta. Como uma mãe prestes a perder seus filhos para o cigarro, Deus grita, e repete o caminho da vida. “Temei a Deus e daí-lhe glória...” Em lágrimas o Criador chama e clama pelos Seus filhos, “sai dela povo meu”, e desmascara o engano, “Caiu Babilônia...”, que Satanás criou para destruir a quem Ele tanto ama.

A mensagem de Deus em Apocalipse não é nova. Desde do Éden ela tem esse timbre. Na visão do grande conflito há apenas dois caminhos, a árvore da vida (“temei a Deus e daí-lhe glória”) ou a árvore do conhecimento do bem e do mal (“caiu Babilônia”). Um oferece eternidade de prazer com Deus e o outro “tormento pelos séculos dos séculos”.

A princípio eles parecem bem distintos, e são. Mas Satanás com seus enganos usa da mistura e falsidade para iludir os habitantes da terra. Como a Eva, ele apresenta aos filhos de Deus uma alternativa parecida com a do Criador. Ao mesmo tempo algumas vezes sua oposição ao Criador é clara. Sobre essas duas opções de inimizade contra Deus, sobre essas duas formas de oferecer glória à Satanás que gostaria de refletir, em contraste com a glória oferecida ao Criador.

Os dois caminhos

Ao criar, “tudo fez Deus formoso no seu devido tempo, e colocou a eternidade no coração do homem”. (Ecl.3:11) Coisa algum pode completar a criação sem o Eterno. Mas com Deus, a eternidade permite a humanidade desfrutar “todas as árvores do jardim”. As variedades e possibilidades que o Criador disponibilizou aos homens é eterna, motivando mais e mais seu desenvolvimento.

Mas os planos de Satanás são outros. Fim, e não eternidade foi introduzido pela serpente no jardim. E desde daquele dia fatídico lutamos com o sentimento do eterno dentro de nós sem poder preenche-lo. Por que? A morte reinou desde Adão e com a morte o sonho da eternidade virou pesadelo. Porém, o Criador não poderia deixar seus filhos sem esperança. Deixou a eternidade dentro deles para que desejassem algo mais que suas vidas de pecado, que escolheram.

A eternidade foi oferecida no altar e no sábado. Na adoração verdadeira a criatura reencontra seu plano original e seu Planejador. No sábado o homem beija a eternidade como um noivo por um véu a sua amada. No sacrifício Deus lampeja eternidade como que raios numa chuva. No dia santo o tempo pára, os esforços humanos também. É tempo divino, é Deus presente. O “Pai da eternidade, o Príncipe da paz” reina trazendo o Éden ao pecador.

Na cruz o Eterno morre, o pecado também. A eternidade sofre, mas no primeiro dia vence. A ressurreição gloriosa de Jesus garante o triunfo da eternidade sobre a morte. Não mais levantará o pecado. “Está consumado”, foi o brado do Filho de Deus. Assim, por meio do sábado e do altar Deus continua a instigar a eternidade que deixou dentro do coração de cada um de nós.

Esses dois elementos que trazem a eternidade são a base da adoração verdadeira, que já estudamos anteriormente. Contra esse modelo eterno, através da história percebemos o alternativo diabólico. Percorrendo desde o altar de Caim, a torre de Babel, os altares de Ur, Egito e Babilônia, os falsos messias, reis e sacerdotes corruptos lideraram e ainda lideram o culto falso.

As falsas alternativas possuem uma mesma característica, oposição ao Criador de Gn.1 e a eternidade divina. Para Eva a serpente usou o contraste, “certamente não morrerás”. Já para seu filho Caim ele usou a semelhança, “trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor.” Para os egípcios e babilônicos a serpente iludiu com muitos deuses. Em Israel ela iludiu com muitos ritos.

Percebo que há dois tipos de falsidade que Satanás tem usado para remover a eternidade do coração do seres humanos. Vou chamá-las de idolátrica e ritualística. Essa nomenclatura é uma tentativa de entender como a Bíblia descreve as falsidades no culto. Elas possuem bastante similaridades e uma mesma base. No entanto têm características distintas. Ao analisarmos pelos exemplos bíblicos veremos como evitá-los ao contrastarmos com o verdadeiro.

Os enganos idolátricos

A idolatria é a substituição de ícones mentais e físicos na adoração verdadeira. A princípio Satanás não disse a Caim que Deus não existia e que o Éden era um mito. Mesmo porque era auto-evidente tais fatos, ele morava na porta do jardim com dois anjos, como seu pai Adão o contara. A existência de Deus, o altar do Senhor eram partes bem vivas em sua vida. Elas integravam sua visão de mundo.

A mudança de imagem

O erro de Caim foi interpretar os ícones de forma errada. Patriarcas e Profetas esclarece que Caim via a Deus como que um tirano malvado, sem amor e compaixão. Como poderia Ele os ter tirado do paraíso?! Com as imagens deturpadas seu culto foi afetado. Ele não trouxera completamente o que Deus pedira, em rebelião oferece o que quer.

Muitos cristãos hoje possuem essa mesma experiência. Enxergam Deus de uma forma deturpada, não como a Revelação ensina. Como cresceram no cristianismo, oferecem suas ofertas com tom de rebelião, pois ao olharem para o Éden enxergam mais a pena que a promessa. Como Caim eles precisam de uma clara compreensão de quem é Deus e porque Ele age como age. O Senhor marca a Caim e o protege com misericórdia para o ensinar quem Ele verdadeiramente era.

Mas a idolatria não se limita à substituição de ícones mentais (visões de mundo). Ao mudar o conceito de Deus, a forma do culto é alterada. Caim não trouxe o animal. O altar era o mesmo, mas a oferta não. Em Canaã templos foram achados com muita similaridade ao Israelita. Ritos em Babilônia, Egito, Grécia e Índia se assemelham bastante ao culto do santuário do Criador. Mas as modificações fazem toda a diferença.

Para muitas culturas do Oriente Médio Antigo Baal era o deus do céu, criador do universo. Até aqui nenhum problema. Até o Senhor de Israel possuía o mesmo nome e atribuições. Porém, o Baal cananeu possuíam esposa, filhos, e uma sede por sangue. Sem sacrifícios oferecidos pelos homens ele se irava através de catástrofes naturais.

Veja a progressão. O conceito de Deus muda, as imagens divina são alteradas e com eles os ritos. No livro de Êxodo observo essa progressão (ou regressão). Nos capítulos 1 e 4 é descrito que Israel esqueceu quem era o Deus de Abraão. Por causa do esquecimento eles facilmente constroem um bezerro de ouro em Ex.32.

No tempo de Jeroboão o mesmo ocorre. Não era apenas um bezerro mas dois, um em Dã e outro em Betel, um no norte e outro no sul. Até as festas, sacerdotes e rituais era semelhantes ao templo verdadeiro em Jerusalém. O problema de tal religião é que não era a que Deus havia revelado. Substituíram mandamentos divinos por imagens humanas. Isso porque Salomão anteriormente edificara dezenas de altares aos deuses de suas milhares de esposas estrangeiras.

Quando Elias nasce, o conhecimento verdadeiro do Criador estava quase que morto. O altar divino estava em ruínas no Carmelo, escondido numa montanha pegando poeira. Babilônia por meio do Catolicismo sofreu o mesmo processo. Começou mudando o conceito de Deus de temporal para atemporal. O próximo passo era a mudança dos ritos. Estátuas em grandes catedrais de pedra ofereciam salvação por meio do clero. Com o altar verdadeiro sendo esquecido, pouco a pouco o cristianismo é corrompido e transformado.

A vacina

Contra esse progresso de engano Deus indicou aos Israelitas o ensino da lei. Em Deut.6, logo após a repetição do decálogo, o Senhor oferece o antídoto contra a idolatria. “Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; tu as encucarás a teus filhos e delas falaras assentado em tua casa e andando pelo caminho e ao deitar-te e levantar-te. Também atarás como sinal na tua mão...e as escreverás nos umbrais da tua casa e nas tuas portas.” (v.6-9).

Quando gastamos tempo com o que Deus revelou, quando meditamos do que Ele fez, quando lembramos do sábado a idolatria passará longe de nossa casa. Devemos gastar mais tempo com a revelação divina. Saturar nossas crianças com o conhecimento do Altíssimo para vaciná-los contra os enganos mortais da serpente.

O ápice da idolatria

A idolatria possuí um outro nível. Inicialmente Satanás usou elementos divinos para introduzir seu engano. Ao deturpar a figura do Criador ele substitui por completo o culto verdadeiro pelo falso. O Salmista descreve a atitude desses idólatras, “Diz o insensato no seu coração, não há Deus. corrompem-se e praticam abominações.” (Sal.14:1).

pois ao olharem para o Éden enxergam mais a pena que a promessa.

Em uma descrição dos idólatras parecida, Paulo em Romanos 1 afirma que tais “mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível.” (v.23) A criação que deveria exaltar o Criador é usada para glorificar suas paixões. O evolucionismo ao olhar para natureza sem a figura do Deus de Gênesis, glorifica a “criatura (natureza) em lugar do Criador”.(v.25) Esses se tornam “nulos em seus próprios raciocínios”(v.21) e como Caim oferecem o que desejam e não o que Deus revelou, pois a visão que possuem de Deus é deturpada.

Note que ao deturpar a imagem de Deus, Satanás criou idólatras por meio do ateísmo e do politeísmo. Ambos os caminhos negam o caráter do Criador e a origem do pecado. Por conseqüência esses interpretarão o sofrimento, o mal e a morte de forma bem diferente. Caim viu o mal como culpa de Deus, Abel como sua. O evolucionista olha para os erros como processo natural, o Adventista criacionista como sua escolha errada. Tais prestarão cultos bem distintos.

Os enganos ritualísticos

Esse tipo de engano é bem caracterizado por Paulo em I Tim. 3:5, “tendo forma de piedade, negando entretanto o poder.” Esse tipo de engano se desenvolve no primeiro estágio do engano idolátrico mencionado acima. Satanás não muda aparentemente os ritos, nem os nomes Revelados. Nesse modelo, o Senhor Deus de Israel, Criador dos céus e da terra, continua sendo o único Deus; O templo o local de culto; o altar, o local do sacrifício.

Tendo a forma, mas não o poder. Tal engano é mais perigoso e difícil de ser identificado pois aos olhos humanos ele não parece errado. Porém aos olhos de Deus sua iniqüidade é clara. Os profetas gastam talvez mais tempo nesse tipo de engano que no idolátrico. Is.1 e o livro de Malaquias, junto com Mt.23 são ótimas fontes de conhecimento sobre tal engano, que não acontece fora mas dentro da igreja.

De que serve a mim a multidão de vossos sacrifícios?...quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheia de sangue.” (Is.1:11,15) “Cobris o altar do Senhor de lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele já não olha para a oferta, nem aceita com prazer da vossa mão. E perguntais por quê? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal.”(Mal.2:13,14) "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a injustiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas."(Mat.23:23)

O que podemos perceber é que tal engano enfatiza tanto a atenção da experiênciareligiosa nos rituais que apontam para Cristo, que nesse esforço esquecem o próprio Cristo. PErceba que Jesus não rejeitou o que eles faziam, mas o que deixava de fazer. Não é a música que tocava na igreja que era errada, nem o tipo de sermão, mas a vida fora da igreja que não autenticava o que diziam dentro dela.

Minha sugestão é que o debate de adoração que ocorre hoje na igreja Adventista tem suas raízes nesse engano. A nova geração de Adventista ao ver os “antigos” líderes com máscaras na igreja e fora delas não aceitam tal religião. Em sua sinceridade a juventude ignora no entanto que o problema não é o que eles fazem, mas o que deixam de fazer. Mas, infelizmente, muitos saem da igreja achando que é o culto “antigo” que está errado e inapropriado.

Vendo tudo isso está Satanás festejando a divisão e inatividade da igreja que “tendo a forma de piedade [nega] o poder”. Que triste! Em contrapartida o inimigo cria movimentos aparente com muito “poder” afim de atrair os fugitivos de tal guerra na igreja verdadeira. Falando muito do Espírito, de cura, do amor, tais igrejas cristãs erram mais pelo que omitem que pelo que fazem. Tais reavivamentos em sua maioria não são produzidos pelo Espírito das Escrituras, mas o fogo é provocado pela Besta.(Ap.13:13)

Tendo a forma, mas não o poder. Tal engano é mais perigoso e difícil de ser identificado pois aos olhos humanos ele não parece errado.

Evolucionismo teísta, santificação do domingo, dons de línguas apenas para exaltação própria, promessas de ganhar dinheiro sem obedecer as Escrituras fazem parte do repertório do Protestantismo apostatado. Esses (não todos), os Adventistas (descritos acima) e os carismáticos, se apegam a ritos, fórmulas religiosas, sentimento não santificados afim de obterem salvação. Esquecem que apenas o sangue de Jesus tem poder para salva-los do pecado.

Qual a cura, Paulo afirma, “fugi destes.” (I Tim.3:5). E “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nela a vida eterna, e são elas que testificam de mim”.(Jo.5:39).

Conclusão

Os mensageiros enviados pelo Criador alertam contra a falsa adoração da besta e sua imagem. Afirmam que Babilônia e seu sistema de culto está falido. Pregar tão mensagem é nosso dever como povo remanescente. Mas antes de proclamá-la devemos ter certeza que entendemos o que ela implica. Devemos examinar nossas Bíblias e vidas para que o verdadeiro Espírito produza reforma e reavivamento.

Transformados pela graça e impelidos pelo amor convocaremos o mundo para a verdadeira adoração ao Criador dos céus e da terra. "Pois vinda é a hora do Seu juízo."

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