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sábado, 9 de novembro de 2013

Quem é o governante de Dan 11:31-39 e quais os eventos históricos profetizados nessa seção profética?

Anteriormente (ultimos 2 textos) expliquei que os preteristas enxergam Antíoco IV Epifânio desde o v.13 até o final de Dan 11. Os futuristas gostam de Epifânio até o verso 35, mas o final eles vêem um “Antíoco” em escala cósmica, o anticristo popularizado na séria Deixado para Trás. Mas como já expliquei antes eu adoto o mais coerente método historicista de interpretação profética.

O historicismo Adventista interpreta o v.22 como Jesus no Império Romano do século I (o príncipe da Aliança). Nesse ponto todos Adventistas pesquisados concordam. Mas do v.23 ao final não há unanimidade. Eu advogo a possição de Urias Smith que vê no v.31 uma relação com Dan 12:11 (remoção do diário e estabelecimento da abominação desoladora). A abominação desoladora é o Cristianismo apostatado Papal.

As descrições feitas nos v.31-39 são profecias acerca dos séculos VI ao XVIII (do “estabelecimento” do papado em 508 até a sua remoção em 1798 – 1290 anos de Dan 12:11). Em Daniel 11 quando Roma Papal é descrita a linguagem muda de reis do norte e sul batalhando entre si para apenas o reino do norte perseguindo o povo de Deus.

Smith argumenta que a linguagem é mais espiritual que física, isso não diminui a realidade da perseguição efetuada na Idade Média. Como William Shea ele interpreta a perseguição do v.33 acontecendo nos 1260 anos de atrocidades do chifre referido em Dan 7 que é Roma Papal. No entanto, Smith vê nos v.36-39 a Revolução Francesa que deu cabo a essa fase do chifre Romano. Para ele a expressão do verso 37 “não terá respeito aos deuses de seus pais” é o Ateísmo forte que persegue os Cristãos na França. Mas isso deve ser averiguado com mais cuidado.

Creio que Smith ao isolar esse termo se equivoca em remover o foco da profecia no poder Papal. “Não terá respeito aos deuses de seus pais” creio que seja uma descrição do ataque religioso dos reis maus contra a aliança (v.26,28). Comparando esse poder de Dan 11 com o chifre pequeno de Dan 8 entendemos que essa oposição contra Deus não é expressada com o Ateísmo mas com um sistema idólatra de engano (11:38,39). A religião desse poder da Idade Média contrafaz a verdadeira religião bíblica. Assim, os v.31-39 refere-se ao poder Romano Papal até o tempo do fim (v.40).

sábado, 2 de novembro de 2013

Quais os poderes e eventos históricos que Dan 11:23-31 anuncia?

Preteristas e futuristas enxergam Antíoco IV Epifânio desde o v.13. Historicistas no entanto divergem dessa interpretação e limitam o papel desse príncipe na profecia. O ponto de transição é o v.22. Para os historicistas Adventistas o termo “príncipe da aliança” (Heb. nagid berit) é interpretada à luz de Dan 9:25 e se refere a Jesus

O Messias foi morto no tempo dos Romanos e o v.22 refere-se ao tempo do império Romano no esquema historicista. A ideia que Roma está sendo descrita nessa seção de Dan 11 já era reconhecida pelos Judeus tradutores do livro de Daniel para o grego (a Septuaginta ou LXX) antes de Cristo, visto que eles traduziram o termo hebraico kittim por romaios.

Considerando que o v.22 deve ser colocado provavelmente no tempo de Jesus Cristo e o v.31 é uma referência ao chifre pequeno na Idade Média (8:11,12; 12:11 – profana o templo, remove o diário e põe a abominação). Se os v.23-31 são lidos cronologicamente então do v.22-31 os poderes descritos são Romanos do I ao IV século AD. Essa é a maneira que Uriah Smith enxerga o texto. Já William Shea vê um intervalo do v.22 (tempo de Cristo) para o v.23 (Cruzados).

Para Shea os Cruzados da Idade Média é o poder principal do v.23 ao 39. Ele não enxerga no entanto descrições cronológicas mas temáticas. O que é bem distinto da maneira como as profecias em Daniel (2, 7, 8-9) foram proclamadas. A seção de Dan 11-12 não é uma visão mas uma descrição detalhada das visões anteriores, assim justifica-se uma nova maneira de descrever o futuro. Shea acha que o tema dos v.23-30 é a oposição militar de Roma Papal contra os santos, o tema do v.31 é a subversão do sistema da salvação pelo mesmo poder Romano, os v.32-34 foca na perseguição e o último bloco (v.35-39) destaca a exaltação própria ou orgulho desse poder.


Se os v.23-31 são lidos cronologicamente então do v.22-31 os poderes descritos são Romanos do I ao IV século AD

Considero aqui apenas duas observações quanto a interpretação de Shea. Não seria a oposição militar (v.23-30) uma perseguição aos santos (v.32-34)? A distinção entre esses blocos parece legítima pois eles são mais resumos teológicos que descrições históricas, mas eu colocaria esse resumo dos v.31-35 e não do v.32-34. Outro ponto a ser refletido no esquema de Shea é que Dan 11 não se encaixaria no estilo profético de Dan 2, 7 e 8-9 que vai do tempo do profeta até o fim cronologicamente. Assim como o livro e Apocalipse com seus interlúdios.

Acho que a maneira de Smith é mais consistente e mais coerente com a história. Nesse método cronológico de interpretar as profecias de Daniel Smith consegue demarcar 508AD como um cumprimento profético do v.31. Shea vê o “diário” como a união entre a igreja e o estado no tempo dos Cruzados e não no tempo de Clovis (508AD) ou Justiniano (538AD) que encaixa no esquema de Dan 12:11,12 (1260 e 1335 anos).