Translate

segunda-feira, 30 de março de 2015

Interpretações historicistas dos 6 selos do Apocalipse

O livro do Apocalipse, por sua linguagem simbólica, permite uma gama de interpretações. Várias leituras foram sugeridas para esclarecer sua mensagem dentro do Adventismo. Aqui reflito sobre algumas possibilidades interpretativas de Apoc 4-7 (7 selos) dentro de uma perspectiva historicista.

Os pesquisadores historicistas consultados concluem que os selos devem se compreendidos como as 7 igrejas, representando um panorama histórico que inicia na época do profeta até a volta de Jesus. A base textual apontada por eles é ancorado no sexto selo que descreve a vinda do Messias ou o grande e terrível do Senhor mencionado pelos profetas do Antigo Testamento (Apoc 6:16). A partir dessa conclusão, eles sugerem que o início dos selos devem começar no tempo do profeta João, o século I AD.

Alguns argumentos textuais são relacionados ao início dos selos. (a) A visão do trono em Apoc 4-5 representa a entronização de Jesus após Sua ascenção; (b) Semelhança com outras profecias apocalípticas que iniciam no tempo do profeta e vão até o fim - e.g. Dan 2, 7; Mat 24 e Apoc 2-3. Dessas passagens apenas em Daniel é deixado explícito que a profecia deve ser interpretado como um panorama do tempo do profeta até o tempo do fim. A passagem de Mat 24 não deixa claro a sequência histórica dos eventos descritos e as 7 cartas às igrejas (Apoc 2-3) também não possuem marcadores cronológicos explícitos.

Por causa da ausência de marcadores temporais alguns intérpretes sugerem que as 7 igrejas e os selos podem ser intepretados como símbolos de períodos específicos na história tanto quanto eras gerais que apresentam características descritas no texto. Outros, no entanto, acreditam que é possível atribuir datas específicas tanto às 7 igrejas como aos 7 selos. Apesar da divergência nos detalhes há pontos em comum entre eles. Os 7 selos são divididos em duas partes, 1-4 e 5-7.  Os quatro primeiros selos se aplicam primariamente até a Reforma Protestante no século XVI AD. Os últimos selos (5-7) devem representar eventos após a Reforma indo até o fim. O argumento textual para a divisão é claro, há quatro cavalos nos primeiros 4 selos.

Jon Paulien, Ranko Stefanovic e Hans LaRondelle por exemplo escrevem que os selos 1-4 são lições gerais da rejeição do evangelho de Cristo. Visto que o branco no Apocalipse sempre é relacionado a Deus e seu povo, o cavalo branco representa Jesus e o Evangelho. Na sequência os próximos cavaleiros e cavalos representam inimizade ou rejeição do Evangelho. A violência usada contra Cristãos descritas nos selos 2-4 continuam atualmente, por isso sua aplicação não terminou.

Roy Allan Anderson prefere atribuir datas específicas aos selos igualando a sua interpretação das 7 cartas em Apoc 2-3. No próximo texto há uma tabela resumindo a aplicação histórica dos selos de algumas possições interpretativas discutidas aqui.