Em Exo 27:21 Moisés é comandado a ordenar os sacerdotes a manter a lâmpada
do tabernáculo acessa mereb ad
boqer...olam (heb. desde a tarde até a manhã...para sempre). Quando lemos o
registro dessa atividade em Lev 24:3,4 a expressão mereb ad boqer (heb. desde a tarde até a manhã) é associada com tamid (continuamente) e olam (perpetuamente, para sempre). Em
Dan 8:14 a preposição ad (até) vem
antes da descrição de tempo. Mas creio que não podemos ignorar a conexão com
essa ministração diária no santuário,
especialmente porque a expressão tamid
é mencionada em Dan 8.
A expressão ereb boqer com a
preposição ad (até) e o advérbio tamid (diário) também é usada em Num 9:15-16,21 com referência a
presença de Deus numa nuvem e pilar de fogo guiando Israel. Há uma conexão
temática entre a lâmpada sempre brilhando no santuário e a presença de Deus no
pilar/nuvem iluminando os passos dos Israelitas.
Acerca de mais uma referência ao tamid
(Num 28 e 29, Exo 29:38-46 e Lev 6:8-13) percebe-se a conexão entre sacrifício contínuo ou holocaustos (‘olat
hattamid) e Daniel 8. Nessas passagens os holocaustos consistem de 2
cordeiros que são uma unidade oferecidas no santuário pela manhã e pela tarde
(Num 28:4- boqer...ereb). Apesar da inversão da expressão presente em
Daniel 8 esses textos mostram que a expressão ereb ...boqer é usada no
contexto do ciclo do culto no santuário. Esse ciclo é referido com outros
termos layla ad boqer (noite até manhã – Lev 6:9; MT v.2), dia e noite (yom
vlayla – Num 9:21).
Isso sugere que o ciclo da criação é usada nos rituais do santuário
Israelita e tais expressões denotam um serviço de salvação constante. Deus
opera constantemente/diariamente pela salvação da humanidade. O exemplo da
luz (pilar e candelabra) e dos
sacrifícios no tabernáculo ensinam essa constância. Ou seja, em Daniel 8 há uma
transição da ministração diária para o dia do juízo - que era o
ritual anual da expiação num único dia (Lev16 e 23)– após 2300 dias
(tardes e manhãs)-anos.