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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Quem eram os Gálatas?


Continuemos com nossa jornada num dos períodos mais fascinantes da história, o início do cristianismo. As decisões e ações feitas em menos de um século mudaram o mundo. Os ensinos de um rabino da Galileia moldaria a Europa e África, e de lá o planeta por meio de fiéis discípulos. Mas antes de tal sucesso os seguidores do Nazareno enfrentariam perseguições de dentro e de fora. Paulo se envolve em ambas e transforma a cara da nova seita judaica de Jerusalém.



E parte dessa transformação ocorre por cause dos conceitos explicados na carta aos Gálatas. Lembrando que nenhuma carta é escrita num vácuo histórico e existencial. Cartas como a de Gálatas não aparecem do nada. Na Bíblia, ao que lembro, somente a criação em Gn.1 veio do nada e mesmo assim possui um contexto. Entender as razões que criaram esse documento, as intrigas que motivaram Paulo a escrever essa carta são extremamente importantes. Se quisermos entender sua mensagem precisamos primeiro entender quem a escreveu, para quem, quando e por quê.


Quem era Paulo?


O primeiro encontro que temos com Paulo é no martírio de Estévão (At.7:58). Sobre a relação teológica entre Paulo e o mártire já refletimos anteriormente. Lucas ao narrar a história cristã indica que Saulo teve alguma relação com a morte de Estévão, visto que as testemunhas (acusadoras legais) de Estévão pegam as roupas da vítima e entrega ao “jovem chamado Saulo” que “consentia na sua morte” (8:1).


Logo em seguida grande perseguição assola aos seguidores de Jesus o Nazareno e quem é o responsável? “Saulo, porém, assolava a igreja,entrando pelas casas, e arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere.” (v.3). Por causa da perseguição de Saulo a igreja é espalhada na Judéia e Samaria, na ordem que Jesus ordenara que os discípulos pregassam o evangelho (At.1:8).


O que temos em At.8-11 é o primeiro desenvolvimento da pregação aos Gentios e o aparecimento de Paulo. Ao Lucas relacionar Saulo, Estévão, perseguição e pregação aos gentios ele indica na narrativa a importância para o desenrolar da história no restante do livro. Na segunda seção do comentário explico mais essa relação.


O importante aqui é ver essa relação entre Saulo, perseguição e pregação aos Gentios. Quem era Saulo? Seu primeiro (Saul) nome sugere a admiração dos seus pais pelo primeiro rei de Israel da tribo de Benjamim. Ao escrever aos Filipenses Saulo afirma ser dessa tribo, “da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreus dos hebreus”. (3:5 e Rom.11:1)


O que mais sabemos sobre Saulo que nos ajuda a entender a controvérsia em Gálatas e no início da Igreja Cristã? Em Atos 22 temos uma breve autobiografia Paulina.(O contexto desse capítulo será importante para o resto do estudo em Gálatas) Ao ouvir Paulo falando hebraico os soldados romanos se surpreendem por ser Paulo cidadão romano. (At.21:37-40)

“Eu sou judeu, nasci em Tarso da Cilícia [ver 21:39], mas criei-me nesta cidade [Jerusalém] e aqui fui instruído aos pés de Gamaliel, segundo a exatidão da lei de nossos antepassados, sendo zeloso para com Deus, assim como todos vós”. (22:3,4)

Alguns pontos importantíssimos nos é informado pelo próprio Paulo. Ele era judeu de sangue, mas da diáspora, ou seja, judeu que não morava em Jerusalém ou Judéia. Desde o cativeiro Babilônico judeus haviam sido espalhados por “todo o mundo”. Em Atos 2, no Pentecostes, vemos que judeus migraram para as festas em Jerusalém de vários lugares do globo. Paulo veio do norte de Israel, hoje sul da Turquia, de Tarso, na Cilícia (bem perto da Galácia).

A Cilícia era uma rica província Romana. Uma de suas vantagens era a localização entre o Oriente e o Ocidente, onde muitas caravanas comerciais passavam. É possível que a família de Paulo tivesse uma vida financeira confortável. Ainda mais pelo fato deles serem cidadãos romanos (At.22:27-28). Visto que o império romano concedia cidadania a estrangeiros que prestassem serviço ao governo, a probabilidade é que seus familiares receberam esse privilégio. Mas não sabemos os detalhes por falta de informação. O que sabemos é que Paulo era tanto Romano como Hebreu, por nascimento.

Apesar dele nascer em Tarso, ele afirma ter crescido em Jerusalém (22:3). Sua educação provavelmente ocorrera no centro cultural judaico. Uma indicação disso é o termo “hebreus dos hebreus.” Algumas passagens do Novo Testamento, como em IICor.11:22 e At.6:1, sugere que Hebreus são contrastado com judeus Helenistas. Enquanto o primeiro grupo de judeus falavam hebraico e tinham seus rituais litúrgicos mais ligados ao templo, os segundo grupo falava grego e tinha mais relação com estrangeiros (gentios).

O fato de Paulo falar hebraico em At.22, enfatizar sua relação com Jerusalém, está em contraste do Estévão e os Helenistas judeus em At.6-7, deixa claro que Paulo era um “hebreu dos hebreus” de fato. Ainda mais pela sua educação. Ao continuar sua biografia diz, “fui instruído aos pés de Gamalieu, segundo a exatidão da lei de nossos antepassados , sendo zeloso para com Deus.” (At.22:3)

De acordo com o Talmud (tradição escrita judaica) Gamalieu foi um dos maiores rabinos Judeus. Era neto de Hillel, outro famoso rabino. Os rabinos era a classe de estudiosos da lei, os teólogos do judaísmo pós revolução dos Macabeus.  Desejando a vinda do prometido Messias, e frustados por sua demora, ao lerem as leis de Moises eles aprendem que a causa do cativeiro e da demora do Messias era a quebra da aliança e a falta de obediência a lei do Senhor.

Esse grupo então cria instituições de ensinos e forma rabinos (professores da lei) para mover os judeus a obedecerem a lei, afim de apressar a vinda do Messias (soa familiar com Adventismo?!). Ao que indica, Paulo era um prominente aluno do rabino Gamaliel e provavelmente seria o próximo líder do grupo. A única outra informação que possuímos sobre Gamalieu é que ele tratou com os seguidores de Jesus com grande sabedoria (ver At.5:33-39). A tradição cristã afirma que Gamaliel e Nicodemus, outro rabino, se converteram ao cristianismo posteriormente.

Visto que Paulo estava vivo na época do ministério de Jesus me faz perguntar o que Paulo sabia sobre o Mestre, e se alguma vez ele O havia encontrado. O que sabemos de fato é que Paulo era zeloso conforme aos costumes judaicos da lei. A terminologia “zeloso para com Deus” é repetida por Paulo várias vezes e pode indicar ainda outra parte do seus envolvimento religioso-social no Judaísmo.

Após a revolução dos Macabeus os judeus se dividiram em várias facções para trazer a vinda do Messias. Os fariseus rabinos focavam no estudo da Torah; os Essênios se torna asceticistas para se purificarem no deserto do Mar Morto; os Saduceus eram os sacerdotes que acabam se tornando corruptos com o Império Romano ganhando dinheiro no templo; os Zelotes desatisfeitos com Saduceus e Fariseus resolvem montar coalizão política contra os Romanos e trazer pela força da espada o reino de Deus; os Sicarri eram odiavam os judeus que se envolviam com Romanos e os matavam com facas escondidas em suas vestes.

O interessante é que o grupo dos 12 apóstolos de Cristo possui zelotes e coletores de impostos juntos, o que era um absurdo para a época. A presença de Cristo unifica até os mais ferrenhos inimigos. E era isso que Ele fizera com Saulo na estrada de Damasco. Sendo zeloso e fariseu, isso indicava que Paulo não só desejava trazer o reino de Deus pela obediência estrita a lei, mas pelo envolvimento político contra os dissidentes. Lembre-se desses dados sobre os desejos de trazer o reino de Deus, e o fato de Paulo enfatizar sua ligação com linhas estritas do judaísmo, isso será importante no estudo de Gálatas.

Ao entendermos todo esse contexto socio-político-religioso não é atoa a morte de Estévão e a perseguição aos seguidores desse Jesus o Nazareno.Mas o que Paulo não sabia é que o Reino de Deus já havia iniciado com a vinda daquele que ele tanto odiava. Ao encontrar-se com o Cristo na estrada de Damasco sua vida muda de rumo, e com ela o cristianismo e o mundo.

Seus primeiros anos como seguidor de Jesus e sua influencia sobre o Cristianismo

Entender a cronologia é importante no caso de Gálatas. E por isso tentaremos reconstruir na medida do possível os fatos baseados no livro de Atos. O livro de Gálatas e Atos deixam claro que após o incidente na estrada com Cristo, Paulo vai a Damasco, encontra Ananias e é instruído quanto a ordem do Senhor que ele era instrumento a pregar o evangelho aos gentios (At.9:10-19).

Lucas afirma em seguida que “logo pregava Paulo nas sinagogas”, porém em Gálatas 1:15-17 Paulo informa que esse chamado para pregar aos Gentios ocorreu não por causa de ensino humano, mas ao ele ir para Arábia e depois voltando a Damasco. O tempo não nos é informado.

Após convicção de seu chamado vemos Paulo pregando em Damasco durante 3 anos (Gal.1:18). Durante esses 3 anos Paulo deixa os judeus confusos, pois ele era perseguidor dos seguidores de Cristo e agora afirma ser essa “heresia” verdade. Os judeus tentam matá-lo como ela havia feito (At.8:21-25). Ele então foge para Jerusalém onde conversou com Pedro e Tiago o irmão de Jesus por 15 dias (Gal.1:18,19).

Enquanto isso, Filipe e Pedro estão pregando aos gentios na Palestina (At.8). esses dados são importantes para Paulo porque os seus acusadores afirmavam que a mensagem de Paulo era tradição humana e não em conformidade com os ensinos nem dos judeus nem dos cristãos de Jerusalém (a religião pura). Mas ao falar de sua associação com Gamaliel e Pedro, ao mesmo tempo deixando claro que sua mensagem era divina e não humana, Paulo remove a dualidade do argumento dos seus opositores.

Mas por que eles acusavam Paulo? O que tinha de diferente na pregação de Pedro e Paulo? Note o que acontece em seguida. Após sair de Jerusalém ele vai para Cesaréia (At.9:30; Síria em Gal.1:21) e depois para sua casa em Tarso na Cilícia (mesmos textos). Lá ele ficaria por anos, talvez os 14 que ele menciona em Gal.2:1. E então é “esquecido” pela igreja de Jerusalém (Gal.1:21-24).

Durante essa década “a igreja, na verdade tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número.” (At.9:31)

Pedro, Filipe e os cristãos espalhados pela perseguição de Saulo agora pregavam em paz o evangelho de Jesus Cristo. Mas ao que parece essa pregação era apenas aos judeus (At.11:19 -note a relação novamente que Lucas faz entre Estévão, perseguição e pregação do Evangelho), pois Deus tem que trazer outra dificuldade para modificar os pensamentos da igreja. Primeiro Deus usa Saulo para espalhar a igreja centrada em Jerusalém, agora Cornélio e Pedro para quebrar a divisão entre Cristãos-judeus e Gentios.

A história de Cornélio ocorre no período que Paulo está “desconhecido” pela igreja, em Tarso. E não é por causa da pregação de Paulo, mas de Pedro que a igreja perburba-se e discute o tema da missão aos gentios. Em Atos 11 vemos que os cristãos de Jerusalém questionam o trabalho de Pedro e o interroga. Ao ouvirem Pedro “apaziguaram-se e glorificaram a Deus” (v.18). Mas a vinda de Paulo e o concílio em Jerusalém em Atos 15 deixa claro que a implicação do evangelho aos Gentios não estava clara aos líderes da igreja.

Barnabé e o ponto de mudança

Atos 11:19 e 20 é um texto esclarecedor. Enquanto os cristãos hebreus (de Jerusalém) pregavam apenas aos gentios, a passagem informa que os judeus-cristãos da Diáspora anunciam também aos gregos. Mais uma controvérsia se levanta na igreja em Jerusalém que envia Barnabé para averiguar a situação em Antioquia (v.22). Lembre-se que Barnabé é aquele que recebe Paulo em Jerusalém em sua primeira visita, enquanto os judeus-cristãos têm medo de ser ele ainda o perseguidor (At.9:27).

É Barnabé que o introduz aos apóstolos Pedro e Tiago. Ele como Paulo também era um judeu da Diáspora, natural de Chipre e levita, havia se convertido logo no início da pregação antes da morte de Estévão. Barnabé havia vendido tudo e dado o seu dinheiro para causa do Messias Jesus, ao contrário de Ananias e Safira (At.4:36,37). É esse Barnabé, que entende os cristãos gregos, e conhece a Paulo que vai a Antioquia a mando da igreja de Jerusalém.

Ao ver o grande crescimento da igreja e a manifestação do Espírito, Barnabé se alegra. Mas por que então ele vai para Tarso quase 250 km, sem GPS e endereço, para buscar Paulo? Gostei do que sugeriu o professor de Novo Testamento do Seminário da Andrews Ranko Stefanovic. Para Ranko, a igreja de Antioquia, sendo uma cidade grande (cerca de 600 mil habitantes), e rica, possuía muitos judeus.

Pelo contexto mais metropolitano a igreja deveria ser bem diferente da formada em Jerusalém. Sem liturgia em Hebraico, com músicas mais “contemporâneas” e costumes inovadores, os cristãos em Antioquia falavam a língua do povo, e por isso “muita gente se uniu ao Senhor” (11:24). Sem saber como administrar tal igreja, Barnabé lembra de Saulo e do seu trabalho em Damasco anos atrás. Ele tem certeza que Saulo era o homem ideal para dirigir o evangelismo peculiar de Antioquia.

Nesse contexto, da vinda de Paulo e Barnabé para Antioquia que a missão aos gentios toma forma. É nessa cidade que pela primeira vez o nome “cristão” é usado para esse grupo de seguidores de Jesus (v.26). É essa igreja que envia tempo depois a mesma dupla de líderes para evangelizar outros gentios. E quão o primeiro local? A província natal de Barnabé, Chipre, e logo em seguida a Pisídia, ao sul da Turquia, possível Galácia da carta de Paulo.

É nessa viagem que Timóteo é convertido ao cristianismo e que gera as controvérsias do concílio de Jerusalém (ver At.13-14). Pois ao final de sua viagem (que deve ter demorado meses) Lucas descreve que “alguns indivíduos que desceram da Judéia ensinavam aos irmãos: se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés não poderei ser salvos. Tendo havido da parte de Paulo e Barnabé contenda e não pequena discussão com eles, resolveram que esses dois e alguns outros dentre eles subissem a Jerusalém, aos apóstolos e presbíteros com respeito a questão.” (At.15:1-2)

Se a visita dePaulo em Gal.2:1 é antes da sua viagem missionária essa “não pequena discussão” pode ser o mesmo evento com Pedro descrito por Paulo em Gal.2. Mas creio não ser esse o caso. Primeiro porque Lucas coloca esse grande debate após a viagem missionária e Gal.2:9 deixa indicar que a viagem aos gentios foi depois do ocorrido. Mas os dados não são precisos.

Em minha mente a reconstrução dos fatos é a seguinte: Paulo e Barnabé fazer a 1ª. viagem missionária, voltam para Antioquia, ocorre o debate de At.15:1,2, a dupla vai para Jerusalém onde ocorre o Concílio. Eles voltam para Antioquia ensinando as decisões da reunião e ficam lá por um tempo (At.15:30-35). Nesse tempo Pedro (talvez enviado pela igreja de Jerusalém para certificar-se que está tudo bem), encontra-se com Paulo em Antioquia e a discusão em Gal.2:11-14 ocorre.

Por causa dessa desavença entre Paulo, Barnabé e Pedro, e o fato de Barnabé querer levar Marcos, a dupla missionária aos gentios é desfeita (At.15:36-41). A impaciência de Paulo com Barnabé pode ser lida no contexto da falha (falsidade) de Barnabé em querer agradar o partido de Tiago de Jerusalém. O desejo da dupla era visitar novamente as igreja no sul da Galácia (Pisídia), sendo que com a separação, Barnabé segue o caminho outrora feito, e Paulo vai por terra passando por sua cidade natal, Tarso (At.15:40-41).

Relação com Gálatas

Vamos ver com mais detalhes esses eventos e qual a relação deles com a carta que estamos estudando, a carta aos Gálatas. Provavelmente a carta aos Gálatas foi escrita após o início da terceira viagem missionária de Paulo. Pois após a segunda viagem, Paulo termina visitando Jerusalém e Antioquia. Em seguida inicia outra viagem (3ª) novamente pela Galácia “confirmando todos os discípulos” (At.18:23). O fato de confirmar indica a presença de cristãos já estabelecidos, o que provavelmente era os conversos de sua 1ª. e 2ª. viagem.

Ao permanecer em Éfeso Paulo ouve que a igreja na região que ele acabara de confirmar no Senhor estava sendo influenciados por “outro evangelho”. O fato de ser outro “evangelho” deixa claro que são cristãos que ensinaram uma ‘nova’ roupagem do cristianismo. Os debates anteriores em Atos 11,14-15 e Gálatas 1 mostra que haviam facções de judeus-cristãos (das seitas dos fariseus – At.15:5) que acreditavam em uma aceitação ao cristianismo diferente do que Paulo. Os detalhes não nós é informado no Novo Testamento mas alguns fatores são descritos.

Em Atos 15:5 o ponto levantado pela seita dos fariseus é que era “necessário circuncidá-los e determiunar-lhes que observassem a lei de Moisés.” Em Gálatas o assunto da circuncisão é usado por Paulo e explicado por ele como não sendo obrigatório para a salvação dos gentios (mais detalhes no futuro). Ao escrever aos Gálatas outro ponto de divisão é sugerido, o de judeus partilhar com gentios refeições.

Jesus havia sido condenado de impureza ritual anteriormente pelos fariseus. Pedro não queria nem entrar na casa de Cornélio, e agora ele comia com gentios até os rígidos cristãos de Jerusalém chegarem. “Por fim veio a apartar-se temendo os da circuncisão”. (Gal.2:12) É bem provável que esses “da circuncisão” sejam os mesmos de At.15:5 e que mais tarde espalharam suas teorias nas igreja da Galácia após Paulo confirmar os cristãos nessa região.

Assim temos o assunto de leis de purificação judaica e circuncisão bem latentes como pano de fundo da carta. Mas o que significava mesmo esse rituais? Quais os valores atribuidos pelos judeus e cristãos a esses ritos? Qual a relação com a salvação em Cristo? Seria o evangelho de Paulo o mesmo dos apóstolos em Jerusalém?

Essas indagações são importantíssimas ainda hoje e precisam ser respondidas. Mas isso deixaremos para depois. O fato é que Paulo ao saber da influencia desses judaizantes em Gálatas se enraivesse e escreve sua mais dura carta. Para Paulo os cristãos em Gálatas estavam correndo o risco de perderem a salvação por acreditarem em outro evangelho.

Comunicação divina de hoje:  Quão o evangelho que acreditamos? Como o nosso passado tem influenciado em nossas crenças e interpretações da bíblia? Acreditar no que a Bíblia afirma não é tão simples quanto o que parece. Creio que devemos investigar mais o significado de lei, tradições e graça afim de não corrermos o risco de perdermos o rumo como os Gálatas.